Saberei eu ser quem devo,
deverei saber eu o que sei,
ou se na razão das palavras que escrevo
está aquilo que esperava e sonhei.
Sem a esperança perdida
com a cabeça a latejar
Vejo passar a minha vida
Sem a paz que queria alcançar
Porquê tantas voltas em redor
daquilo que se quer encontrar
Tantas horas de mágoa e dor
E sempre tudo por realizar
Se todas as noites eu sonho
e nem de todos os sonhos me lembro
De alguns eu me envergonho
de outros a todo o momento relembro.
E esses transformo sem perder o pé,
Como objectivo de meu viver
Juntando toda emoção, razão e fé
Para que a realidade possa acontecer.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
SE TODAS AS NOITES EU SONHO
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Foto: Diamantino Carvalho
domingo, 22 de abril de 2012
FIOS DE VIDA
Fios ténues prendem nossos sentimentos, entre o passado e presente. Fios delicados, emaranhados, tão confusos como o nosso cérebro, e o seu pensar.
Fios de vida que não nos deixam partir, percorrendo outro caminho, procurando outro lugar, e nos mantêm amarrados ao ficar.
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Foto: Diamantino Carvalho
quinta-feira, 19 de abril de 2012
AS PARTIDAS DEIXAM MARCAS
As partidas são sempre difíceis e deixam marcas, sejam elas de que tipo forem.
A partida é a perda de algo e causa sempre dor. E, por vezes, só avaliando repetidamente os factos passados é que encontramos respostas, que nos ajudam na vivência do presente, e na construção de um futuro melhor. As memórias não podem ser eliminadas, elas são usadas como motor da aprendizagem.
O deixar para trás vivências e emoções, e muitas vezes por causa alheia, inevitavelmente provoca uma ruptura com o nosso bem estar, cria inseguranças, perda de auto estima, perda de lucidez.
Dizem que não se deve remoer o passado e dar um passo em frente, mas na realidade isso não é mais do que um chavão. Ninguém esquece mais a morte de um filho, de um pai, de um irmão, de um amigo, ou de um grande amor. Tudo fica registado, como se costuma dizer, para memória futura. A dor e a sua presença na nossa mente vai-se esbatendo, mas dificilmente desaparece. O grau, a intensidade da partida, ou as razões dela acontecer, são um factor importante no seu maior ou menor esbatimento, assim como essa dor se veste de diferentes emoções. pode ser por algo que se gostou, ou por algo que se não gostou. Se for por algo que se gostou, podemos vir a ter um sorriso para a aceitação. Se for algo que nos magoou, teremos sempre um esgar quando lembrada.
As partidas são também motivo de criatividade para artistas, escritores, alimento de psicólogos, ou psiquiatras, todos eles falando delas por experiências vividas, ou observadas. Todas elas estudo de memórias, do passado, do presente, e se calhar do futuro.
Ela partiu de facto, mas deixou atrás de si memórias, e levou memórias que nem a pele dos dedos esquece, nem o frio nos lábios faz desaparecer o calor dos seus beijos, nem a distância atenuam o prazer da memória do seu abraço. De tempos a tempos elas regressarão, as memórias, e com elas virão os momentos mais gratificantes, porque os outros não interessam.
REFORMA AOS SETENTA
É assim que na Europa se pretende fazer com o aumento da idade da reforma. Gozar com os clientes gozando com os idosos.
Quantos mais anos trabalharmos, menos hipóteses têm os mais novos de começarem a trabalhar, e maior é o desemprego. Não esquecendo que a maioria dos que hoje têm sessenta anos, começaram a trabalhar aos dez e doze anos.
Eles pensam que o povo é estúpido e que não percebe, que o aumento da idade da reforma é só mais uma forma que inventaram para tirarem direitos e de evitar que a Segurança Social despenda dinheiro, podendo assim usá-lo para tapar buracos no orçamento.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
The Young Gods - ONLY HEAVEN
Uma banda que nunca tinha ouvido tocar e que fiquei surpreendido. Vale a pena ouvir.
The Young Gods
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A seminal banda The Young Gods foi formada em 1985 por Franz Treichler, Cesare Pizzi e Frank Bagnoud na cidade de Genebra, Suíça. O trio é um dos precursores na utilização do sampler como instrumento musical e tornou-se uma das bandas de rock industrial mais influentes da época. Devido às diversas mudanças de line-up, a sonoridade do grupo foi se modificando ao longo dos anos, passando a adicionar elementos de música eletrônica e ambiente. O nome do grupo foi inspirado pelo EP The Young God da banda de noise rock Swans. Treichler, líder e único membro constante em todas as formações dos Young Gods, atua como vocalista e principal compositor. Al Comet, nos teclados/samplers, e o baterista Bernard Trontin completam o trio atual.
Embora o grupo nunca tenha alcançado grande êxito comercial, o legado dos Young Gods na música contemporânea é indíscutível. Diversos artistas consagrados já evidenciaram sua admiração e reverência ao trio suíço. Dentre as várias bandas e músicos passíveis de citação, destacam-se os Chemical Brothers, Mike Patton, The Edge (U2), Maynard James Keenan (Tool)[1], Napalm Death[2], Ministry[3], Apoptygma Berzerk[4] e David Bowie[5].
CAMINHAR À CHUVA
Caminhava pelas ruas, a chuva miúda caía sobre ele enquanto cantarolava coisas incoerentes. Hoje estava só, os companheiros, ficaram-se pelo aconchego do lar. Era ele, a chuva, e os seus pensamentos que corriam tão rápido como a superfície do passeio debaixo dos seus pés.
Longos meses observando, lendo, tentando memorizar, traçando formas, na alvura do papel. Linhas, tintas de várias cores, procurando um rosto, um corpo, uma alma...pensava. E a chuva caindo, criando uma espécie de neblina sobre as vivendas modernas, que enfileiravam ao longo das ruas....pensava...e porquê esta incerteza de saber, se o final é, mesmo o final? Os pensamentos se diversificavam, e o tempo passava.
A caminhada se aproximava do seu fim, uma hora tinha decorrido, sem se aperceber, e a chuva continuava, acompanhando a mente que trabalhava, sem se preocupar em esclarecer dúvidas, ou respostas, tudo surgia no meio do cantarolar. Tudo funcionava como em plena meditação, não se agarrando a qualquer pensamento, tudo deixando seguir sem paragens, como a caminhada um tempo antes começada.
Chegado a casa, tomou banho, vestiu-se calmamente e foi sentar-se no sofá, em silêncio reflectiu; Naquele espaço de tempo, em que a chuva caiu, o seu corpo se mexeu, a mente trabalhou, uma certeza lhe ficara, a caminhada, como sempre, fora muito útil para não stressar e pôr a vida a andar.
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Pintura: Diamantino Carvalho
terça-feira, 17 de abril de 2012
VÁ A SERRALVES
Domingo passado, mais uma vez, fui a Serralves, da parte da manhã, e por isso não resisti em escrever sobre aquele lugar.
Serralves, localizado numa das avenidas mais bonitas da cidade, a Av. Marechal Gomes da Costa, na cidade do Porto, é um lugar onde se podem encontrar algumas coisas, das que melhor servem, para o bem estar, das pessoas. O lazer e a cultura de mãos dadas, ou seja, espaços verdes de variada composição, espelhos de água, uma pequena zona agrícola, e espaços para sentar ouvindo os ruídos da natureza. Sítios ideais para um chá, ou uma refeição, e um Museu de Arte Contemporânea gerido superiormente (também temos disto em Portugal), considerado dos melhores da Europa e talvez do mundo.
O espaço verde, muito bem cuidado, com variadíssimas espécies de plantas, que são um prazer observar, entremeados por caminhos que permitem passeios muito agradáveis e com lugares para descansar, ler, namorar, e simplesmente estar usufruindo.
Um Museu de Arte Contemporânea, onde podem ver-se exposições de qualidade, de grandes artistas, de variados quadrantes de intervenção e diferentes países. Pode-se, por vezes, não entender a onde querem chegar, mas os seus trabalhos são um desafio à nossa imaginação e uma forma de aprendizagem de novas linguagens. São trabalhos desafiadores que perspectivam futuro, bem acompanhados, com opúsculos que documentam o artista e a sua obra.
Lamentavelmente muitos portuenses e visitantes estrangeiros desconhecem este belíssimo espaço, ou raras vezes o frequentam, quase dando a ideia de ser um lugar de elite, o que não é verdade. Actualmente aos domingos até às 13.30 horas a entrada é gratuita, portanto não existem sequer razões de ordem económica que impeçam de o visitar. Mas mesmo pagando, seria o local ideal para passar uma parte do dia bem agradável, afastando o stress de uma semana de trabalho agitada.
Serralves é o lugar ideal para os pais e crianças, avós e netos, namorados, casais a vencer a ressaca do tempo, idosos e por aí fora. E se têm dúvidas visitem Serralves com crianças, e verão o modo incrível como eles vivem as exposições e se deliciam com os passeios no exterior.
Vá Serralves.
Não é um chavão, mas um roteiro obrigatório para todos os portuenses.
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Foto: de Zaclis. Jardins Serralves
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