Olho mais longe
Que o brilho do sol
E vejo o verde de teu mar
Olho e vejo o sorriso
Escondido nesse espelhar
Não tapando o teu amar
Altivo olhar na distância
Sem medo de enfrentar
E superar a sua ânsia
Na hora de avançar
Na beleza seu poder
Na mente sabedoria
Em seu rosto a alegria
Do um amor a acontecer
sexta-feira, 29 de junho de 2012
OLHO MAIS LONGE
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Foto: Diamantino Carvalho
quarta-feira, 27 de junho de 2012
27'JUN'2012
Nasceu no seio da dor
No ventre da mãe
Viveu seu primeiro amor
No primeiro tombo
Ficou a marca de sangue
E calou-se de assombro
Como não era d’ouro
O lugar de seu nascer
Agarrou os cornos do touro
Para se desenvolver e crescer
Agastou-se no aprender
Coisas que os outros queriam
Não chegou a saber
Tudo o que pretendiam
Depressa ao trabalho chegou
Ainda com frágil estrutura
Nunca mais a sua mãe o mimou
Fazendo homem a criatura
Sem abundância de pão
Seu corpo se habituou
E assim ganhando outra razão
Em princípios que não pensou
Crescendo se foi fazendo adulto
Com politica, arte e livros fez parceria
Plantando novas ideias e culto
Na esperança de um novo dia
O dia chegou com a revolução de Abril
E nova vida em seu coração floriu
Dias de alegria, amor e luta foram mais de mil
E muita estória na sua vida surgiu
Os anos se foram passando
Tudo que fica são memórias
Que valeram pelas vitórias
Deste povo que foi amando
Resta hoje para aqui ficar
Sua filha e seu neto a ver crescer
Que todos os dias ao acordar
Lhe dão razão para viver
No entanto não se desvanece
Nestes dias hoje atribulados
A esperança de que o amor cresce
Mesmo em dias nublados.
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Foto: Diamantino Carvalho
terça-feira, 26 de junho de 2012
A VERDADE É SÓ A VERDADE
A história de Rachel Armstrong, uma jovem repórter da secção nacional do Capitol Sun-Times, um dos mais importantes jornais diários de Washington
Uma jornalista publica informações secretas supostamente vindas de um agente da CIA, ao ser intimada a denunciar a sua fonte recusa-se a fazê-lo e acaba sendo presa por desrespeito. Encarcerada, e sofrendo vários atentados a sua integridade física, perpetrados com a conivência das entidades prisionais, continua recusar-se a fazê-lo, para não trair a sua ética profissional.
De início ela tem total apoio do marido, mas diante da demora na resolução do caso ele passa a questionar a decisão da esposa por ter comprometido as relações familiares.Só no quase no final do filme se sabe quem é a sua fonte, quando o realizador faz um Flash Back, mostrando-nos o momento chave da obtenção dos seus elementos para notícia. É aí que melhor percebemos, que é muito mais do que a sua ética que está em causa.
Baseado em factos verídicos, o filme torna evidente forma como funciona o poder e a “democracia” EEUU e quais os artifícios usados por esse poder, para pressionar e tentar destruir moralmente a jornalista.
O filme é intenso e trágico, e bastante actual.>Grande interpretação da actriz Angela Basset, no papel de jornalista
NOTAS:
Ano de Lançamento: 2008
Nome: A Verdade e Só a Verdade
Nome Ingles: Nothing But the Truth
Gênero: Drama Suspense
Tempo de Duração: 115Minutos
segunda-feira, 25 de junho de 2012
JUNHO' 2012
Ali estava divagando seu olhar pelo horizonte sabendo nele estar sua utopia.
O sonho se esvai e o tempo de o realizar passou. só lhe resta ver outros mais felizes possuí-lo.
Um dia negou a voz, e aceitou o silêncio para que não murchasse a flor que tanto regara. para que essa flor pudesse livremente espalhar o seu aroma e a beleza das sua pétalas, sem que a erva daninha a perturbasse.
Como muitas coisas que na vida, por vezes temos de abdicar de um bem precioso, ou de alguém de quem se gosta, para que seja livre e possa voar.
Agora, resta na praia, saboreando contornos de veludo em flor, de pétalas douradas, misturando seus aromas com a maresia, acentuando o desaguar de seu corpo.
Repentinamente sem precaução mergulhou nas águas verdes de seus olhos e por momentos deixou-se ir para as profundezas do oceano.
A expectativa é não voltar, afundando-se infinitamente, até que seja a pele da mesma pele e sentir do mesmo sentir.
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Foto: Diamantino Carvalho
"SE ISTO É UM HOMEM"
(Edmund Burke) |
"Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casas aquecidas,
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homemMeditai que isto aconteceu:
Quem trabalha na lama
Quem não conhece a paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher,
Sem cabelos e sem nome
Sem mais força para recordar
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no inverno.
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração
Estando em casa andando pela rua,
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Ou então que desmorone a vossa casa,
Que a doença vos entreve
Que os vossos filhos vos virem a cara."
Este texto que inicia o livro de Primo Levi "Se Isto é um Homem", faz uma chamada de atenção a toda a humanidade para o que se passou com poder alemão na Segunda Guerra Mundial. É também uma apelo para que não deixemos que volte acontecer e que sejamos solidários na dor e na luta, na procura de um mundo melhor.
Nos dias de hoje o poder da alta finança, sem pátria, instalou a crise e com ela pretende igualmente, a mesma humilhação e sacrifício dos Povos. Esta é a versão moderna da "guerra" e domínio desses senhores.
O autor Primo Levi Nasceu me Turim em 1919 e suicidou-se em 1987, na mesma cidade. Participou na Resistência contra a ocupação nazi, foi preso e internado no campo de concentração de Auschwitz
domingo, 24 de junho de 2012
S. JOÃO e pouca festa
O S.João para mim, ainda hoje, são as sardinhas assadas com pimentos, as azeitonas, a broa, o caldo verde, as febras grelhadas, o chouriço assado e todos estes cheiros misturados. São as festas nas garagens, nos quintais, nos terraços e quaisquer espaços onde se faça arraial de música pimba são joanina, onde amigos e vizinhos dançam e pulam a fogueira, São balões, a serem lançados elevando-se pelos ares, no meio da algazarra da criançada. Um convívio aberto franco divertido.
É a ida aos carrosséis, o jogo dos matraquilhos, naqueles dias antes e depois da festa.
É ir para a praia de manhã cedo, passando pelo meio dos perdidos da noite que dormem no areal, tomando banho no mar como se estivesse numa piscina particular.
Nunca vivi o S. João do Alho Porro, ou da Cidreira e muito menos do martelinho, nunca me enganei com a história de que esta seria uma festa popular, sem pobres nem ricos, porque a verdade não essa. Os ricos misturam-se mal, e os pobres limitam-se a ir ver o fogo e regressarem a casa porque não têm dinheiro para gastar.
Este ano, ao fim de muitos, não senti a mesma animação de outros tempos. Não se ouve a música nas garagens da vizinhança, somente se come, se conversa, afinal a crise afecta as pessoas.
Já escrevi em outro blog, o que muitos de nós jovens fizemos em “tempos da outra senhora” nestas noites de S.João. Nos dias de hoje adequa-se bem que transformemos as festas populares numa noite de protesto e manifestemos o nosso pesar, não gastando nem participando na hipocrisia, de que o pobre quer é fado, futebol, família.
Todos sabemos que é só uma noite e, que por vezes, é necessário afastar os maus pensamentos e as dificuldades que a crise tem trazido às famílias, mas também sabemos, que os senhores que a criaram é disso que esperam para nos apertarem mais um pouco o cinto.
De qualquer modo quem não resistir que se divirta... sem se esquecer que no dia seguinte têm de voltar à luta novamente, assuma ela as expressões colectivas que tiver. Nas manifestações de rua, nas suas reivindicações nas empresas, ou outras, para que não pensem que nos adormecem.
sábado, 23 de junho de 2012
OUTONO E O AMOR
Outono em Nova Iorque. Ver o filme "Outono em Nova Iorque" deixa-nos embevecidos e com o coração carregado de dor e, ao mesmo tempo, seduzidos pela beleza do amor, alimentando esperanças aos mais incrédulos, levando-os longe nas expectativas sobre a riqueza de tal sentimento.
Não é estranho, por isso, que homens e mulheres, dos mais variados quadrantes sociais, culturais e políticos, vêem, lêem, e falam de amor e tudo o que ele envolve. Correm atrás do amor, para o receberem ou para o prodigalizar. Procuram-no como uma quimera, ávidos de sentir o tal sentimento que, na maioria dos casos, desconhecem mas tentam adivinhá-lo, nas diferentes manifestações. Às vezes descrevem-no de tal modo e dão-lhe tanto ênfase, que quase o tornam abstracto. Na verdade tentam descobrir se, de facto, ele cria borboletas no estômago, se ele faz tremer, ou se o coração pula ao ver a figura ou imagem do objecto do seu amor.
Compram-se discos, livros, flores, oferecem-se prendas variadas, em dias procurados, ou em dias de êxito, compensando as ausências, ou as permanências menos certas. Escrevemos, pintamos, somos criativos e empolgamo-nos mostrando as nossas fraquezas, as nossas capacidades, debaixo da inspiração de um grande amor. Este, por vezes, só existe na imaginação, é musa de inspiração para toda essa criatividade, mas na realidade o objecto do seu amor só existe na sua mente. Na realidade, apaixonados e sós. O ser humano tem uma enorme capacidade para fazer cenários, de acordo com as expectativas que cria para si próprio, e depois surpreende-se com os fracassos.
A Realidade, e a passagem do tempo com a sua crueldade, mostra-nos o engano, a simulação, a inépcia, a incultura, a superficialidade, o mofo mental. Essa realidade que, com o passar do tempo, torna mais evidente o apego, a dependência, a incoerência, o egoísmo e o desamor, quando confrontados com situações de infortúnio como o desemprego, uma doença grave, e várias outras que, na maioria dos casos, não tem as suas causas em qualquer deles.
Cathy Guisewite, escreveu como título do seu livro “Homens deviam vir com um livro de instruções”, eu penso que não deverá chegar a tal, mas talvez fosse aconselhável a quem procura um tal amor, fazer como dizia um antigo professor que só casara acima dos quarenta anos: “Oh pázinho, - tratamento carinhoso que ele usava com os alunos a quem respeitava – antes de casar escrevi uma carta à mulher, que era objecto do meu amor, dizendo-lhe que casaria com ela, se tudo o que pretendia e abaixo descrevia, fosse aceite por ela. Então enumerei os vários itens, do que eu achava importante para mim, para que fosse a minha mulher, e o que eu estaria disposto a fazer caso ela aceitasse. Ela aceitou, acrescentando pequenas notas, e casámos”.
O seu casamento durou até à sua morte, à volta dos oitenta anos. Era um casal amoroso, e de um entendimento ímpar.
Talvez para haver um grande amor, ou vir a ter um grande amor, fosse necessário ter um livrinho onde colocássemos as nossas vontades, uma espécie de deve e haver, onde os envolvidos deveriam expressar todas as seus valores, perspectivas, ambições, desejos etc. do que querem, para evitar sofrerem decepções e não perderem tempo em “romances” de desgaste, como dizia uma escritora, de roda-bota-fora.
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