segunda-feira, 18 de novembro de 2013

MuDar tEM RIScOs




Me seduzes nas palavras abertas com que me falas, não tens medo nem precisas de metáforas para que elas representem o que sentes e pressentes...entendes o mundo com a mesma crueza com que ele trás todos os dias as diferenças inesperadas e as incertezas ao dia-a-dia...
No entanto, o tempo vai decorrendo e continuamos parados no mesmo sitio de onde partimos, e todo o teu discurso se esvazia. Vais encadeando as desculpas corriqueiras de sempre, de quem não procura assumir os desafios e se deixa ficar no limbo tão cómodo de não arriscar, na teoria “do “mal o menos”, esperando que seja aceite pacificamente.

Nada muda, quando essa mudança depende da força de outrem para se efectuar, por muito que esse alguém, seja importante para nós, Para haver mudança, a decisão tem de partir de dentro de nós, para que se efective. A responsabilidade de o fazer dá-nos segurança e força para enfrentar tudo o que de mau, ou de bom, possa resultar.
Mudar tem riscos, E, nos tempos que correm, arriscar faz parte do dia-a-dia. Mudar, não tem certo ou errado, mudar é mudar, é a necessidade de novas rotas, é desfazer as dúvidas, corrigir estratégias e abrir caminhos a novos reencontros.

Enriquecemos aprendendo com os erros, ou êxitos, das nossas decisões, Perdemos quase sempre mais, por não as tomarmos. Porquê temer? Deveríamos pensar, como quando queremos pedir algo, a alguém, “o, ‘não’, já eu tenho, por isso tudo o que vier será lucro,”

DC

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

NÃO PARTAS!




Como seria bom ouvir-te dizer: ”não partas!”, A tua mão tocando-me o rosto, suavemente, arrastando os dedos até pararem nos meus lábios, como se quisessem silenciar todas as dúvidas, como pedissem para sorrir, E o teu corpo se aproximando, se insinuando, fazendo-me sentir a tua respiração, o calor dos teus lábios nos meus, trazendo o mel dos amores que não morrem. E repetirias “não partas”, em voz baixa, como sussurro, olhando meus olhos, procurando o brilho que sempre lhes trouxeste, com o teu amor.

Um amor feito de escolhas simples que rasam o chão, e que um tempestade abrupta parecia querer derrubar, Como se fosse possível destruir alicerces de compreensão, onde há respostas antes de perguntadas, onde dar está antes de ser pedido, onde o vocabulário é construído de partilhas nas frases da sua existência.

Adélia Prado, diz: "Não tenho tempo algum, porque ser feliz me consome” Eu diria: “NÃO TEMOS TEMPO ALGUM, PORQUE SERMOS FELIZES NOS CONSOME”

DC

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Um SORRISO roçando a pele dos dias




Encontrei-me com o teu sorriso um dia. Sem querer. Longe de imaginar o que ele tinha de diferente. O teu sorriso surgia como quem respira, fácil, límpido, franco, sem temer o raciocínio dos outros. Era o teu sorriso que comandava a vida, saía pelo ar borboletando, enchendo o peito de quem escutava.

Quando teu sorriso desaparecia, o sol escurecia e os teus olhos se escondiam debaixo da cortina negra dos teus óculos, A boca se comprimia e os lábios ficavam finos, e era um desatino, esfriando como gelo de inverno tudo quanto tocavas, assim eu sentia. Era raro acontecer, mas se acontecia toda a gente te temia.


Eu só tenho memórias do teu riso, da gargalhada solta, de braços no ar agitando o corpo deixando sair o ritmo dentro de ti.


Foi bom te conhecer, embora rebelde, embora meiga, embora tudo e mais alguma coisa, não esqueci quem és e como te atravessaste no meu caminho. Não raro me enrosquei no teu sorriso, que me retirava o cenho franzido, me trazendo para o mundo da alegria, que eras tu.


É sempre bom sentirmos o sorriso de alguém roçando a pele dos dias, ao nosso lado, sem sombra, num nós de entendimento, nem sempre fluído, mas vivido. Valeu a pena te conhecer.

DC


domingo, 10 de novembro de 2013

VOU DESLIZANDO




Vou deslizando na superfície das águas do rio. Deixo-me levar pela correnteza, Aqui e ali fujo da margem irregular, aproveito as ondulações e a brisa para poder seguir o meu o percurso até à foz, Faz bem pouco tempo que inesperadamente me soltei do cordão umbilical da minha existência, Deixei-me ir pelos ares lentamente como se levitasse, até pousar nas águas. Senti o arrepio, da água fria e o medo de que minha estrutura se desfizesse, sem ter a oportunidade de recomeçar um novo percurso... A fragilidade, da mudança de estação, pode pôr em risco todos os planos, mas resisto sem desfalecer, até que me transforme em adubo de novo crescimento.
Há quem me chame folha, eu chamo-lhe viver.

DC

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Deixamo-nos,...




Deixamo-nos, partir sem criar obstáculos, sem travar desígnios. Eu por mim, agarro-me aos traços positivos que a memória conserva, Não ponho sal nas feridas, ou vinagre na perda, Tudo foram ganhos, mesmo quando não parecia. Se a vida é construída na base do acerto e do erro, então para que a vida seja... Tudo o que no decorrer dela acontece, não deve ser avaliado pela dimensão da sua dor, mas pelo que nos leva a construir de melhor e mais sólido. O futuro, esse lugar incerto que não se sabe o que será, uma coisa trás para connosco, a certeza de que os erros e os acertos, serão argamassa da nossa estruturação como seres humanos.

DC


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

HÁ SEMPRE UM"Ah"






Há sempre um “Ah” interrogativo e complicado de entender, que parece veio para ficar na sociedade actual nos relacionamentos das pessoas.

Ah...
...quando julgamos que a nossa liberdade é o mais importante, de repente esperamos que nos prendam, porque queremos a prisão do abraço, do carinho da ternura, do aconchego.

Ah...
...quando abraço chega, a ternura acompanha, o desejo se revela e o prazer nos assola...hum que deliciosa prisão.. que sabores intensos.


Ah...
...quando tudo é realizado, tudo é encontrado, tudo saboreado, se pensa novamente na liberdade sem saber bem qual, e o porquê de nos prendemos à nossa independência, e das vantagens de estarmos sós, como se o outro impedisse, o sós, mesmo quando próximo.

Ah...
... e se avalia, se pensa de mais, se goza de menos, se estraga, se começa a pensar em disparates, do tempo em que estavam sós.

Ah...
... e se ponderam, a liberdade de estar com os amigos - que raramente aparecem, De ir ao cinema quando lhes apetece – raramente o fazem, De querer viajar – raramente podem, A situação económica, etc, etc,.

Ah...
...o ainda explicativo: “não sabes o que foi a minha vida”, “a minha situação é diferente”, “não me venhas dizer como é...”, e .... até se esquecem de parar.

Ah....
...mas “eu quero que seja assim”, “e assado e cozido e frito”, e depois... o pior que podia acontecer... aconteceu.

Arautos da desgraça, até no que mais queremos, acabamos por ter pensamentos pequenos acabando como começamos.....dasssss

DC

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A saudade é.....



 
..... é como uma doença que se agarra na pele e nos mata a vontade, Nos tira a força e nos corrói por dentro.
A saudade é a dor que nos faz o pensamento, repetidamente, regressar ao lugar de partida, Rever o que ficou para trás. É a dor da perda.
Saudade dói como uma ferida em carne viva que parece nunca curar. É ficar sem vontade de futuro.
Saudade é, quando antes de partir já nos faz falta quem deixamos ficar
A saudade nasce da ausência daquilo que gostaríamos que fosse realizado.

como dizia Pablo Neruda:
.....
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

....
DC