quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Chulos Sociais". Quem é quem?

Olho o outro lado da rua e vejo-os a caminhar de passo apressado, de mão fechada capucho na cabeça, olhar esgazeado, calças caindo na anca quase como se fossem despir-se. Vão abastecer-se no remédio do “Santo Aleixo”, nas torres.
A mão fechada é igual na partida como na chegada. Na chegada com as parcas moedas mendigadas no arrumo dos carros, ou em plena rua nos mais diversos locais, implorando que lhes matem a fome, aproveitando-se da boa vontade de uns e remorsos de outros, para sacarem uns euritos, não aceitando pão para a fome, pois a fome é outra.
Todos os dias o mesmo corrupio, jovens e idosos sem diferença de sexo ou classe social, fazem fila esperando pela dose. Ali todos são iguais na procura.
Não sei, nem é esse o meu dever, como parar este flagelo, mas uma coisa eu tenho a certeza, não é facilitando-lhes o caminho que evitamos que aconteça, e muito menos que no mesmo local onde eles se abastecem gastando os tais euritos, tenham logo na curva seguinte, a carrinha da associação X, que lhes fornece sandes, sumos, e outras coisas mais, nem com as afamadas salas de chuto, e as seringas grátis. E culminando tudo isto, alguns ainda recebem, subsídios de inserção, rendimentos mínimos e outras coisas parecidas sem nunca terem “vergado a mola”, ou mais correctamente terem trabalhado.
É triste, que diariamente reformados, que começaram a trabalhar aos dez anos de idade, que só pararam perto dos sessenta anos, se não mais, e desempregados que não se despediram, mas foram despedidos, sejam insultados por governos e patronato como se fossem “chulos” sociais, depois de durante largos anos terem trabalhado na riqueza do país e adquirido os seus direitos. São os que pagam as crises todas aguentando aumentos nos produtos essenciais e a diminuição das comparticipações no SNS, para estes não existem salas de “chuto” que os compense, nem carrinhas à porta de casa que lhes ofereçam comida.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Escuta Zé Ninguém

Foto:Diamantino Carvalho
É com este titulo do livro de Wilhelm Reich, que abro este blog para projectar a entrevista que a seguir sugiro. Nem sempre a igreja se acomoda e nem sempre os seus servidores se esquecem do seu papel no sacerdócio, como é o exemplo em causa.

Estes dois parágrafos do livro "Escuta Zé Ninguém que serve adequadamente ao conteúdo da entrevista:


"Chamam-te “Zé Ninguém!” “Homem Comum” e, ao que dizem, começou a tua era, a “Era do Homem Comum”. Mas não és tu que o dizes, Zé Ninguém, são eles, os vice-presidentes das grandes nações, os importantes dirigentes do proletariado, os filhos da burguesia arrependidos, os homens de Estado e os filósofos. Dão-te o futuro, mas não te perguntam pelo passado."


"Deixas que os homens no poder o assumam em teu nome. Mas tu mesmo nada dizes. Conferes aos homens que detêm o poder, quando não o conferes a importantes mal intencionados, mais poder ainda para te representarem. E só demasiado tarde reconheces que te enganaram uma vez mais."

Em entrevista à TSF, o bispo das Forças Armadas e Segurança considera que «as pessoas estão desapossadas da sua dignidade», pede um um «compromisso competente» do Governo com os sectores mais frágeis da sociedade portuguesa e defende mais liberdade para o interior da Igreja. Uma entrevista realizada por Manuel Vilas Boas, na sequência do 27º Encontro de Pastoral Social, realizado esta semana, em Fátima.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2000827

domingo, 18 de setembro de 2011

Invisível Dimensão

Foto:Calheta -StªCruz-Graciosa-Açores
Dominado pelo sono fico entre dois mundos. Num quero manter-me acordado, do outro não quero acordar mais. Sinto o vento agitando as folhas das árvores e elas transportam-me para aproximações desconhecidas. A qualquer momento, parece que me será revelado o segredo da vida. Não quero sair daquele estado para não perder a oportunidade de saber mais, de saber o que esse computador, que trazemos na nossa cabeça, nos esconde, nos confins do disco rígido. Quero descobrir das lições do passado longínquo se há em nós a capacidade de ver o futuro. Fico pasmo, não é a primeira vez que assim acontece, o cérebro acende um luzinha invisível e não me deixa seguir para o outro lado do sonho, impede-me de descobrir se existe uma terceira dimensão, onde tudo se revela. Sei somente que me trás à superfície um medo um “dejá vu” permanente, uma sensação estranha de nunca mais querer acordar e voltar a este mundo atolado de merdas e chatices. O outro lado é muito mais fácil, mais luminoso. Demoro imenso tempo a reencontra-me com a realidade. Fico no limbo de incerteza, onde tudo é questionável, ao mesmo tempo que uma força estranha parece dizer-me que se passar ao outro lado, tudo é possível. Não sei se pelo o passar da idade, aproximando-me do fim, ou pelas imensas experiências de vida que se vão desenrolando aos meus olhos, na realidade cada novo acontecimento parece trazer agarrado a si, algo já vivido. Rostos, palavras, gestos, cheiros e sons, até momentos mágicos de encantamento se perdem nas memórias, como se algum dia já tivessem sido.
Não sei, se este é o caminho que me leva ao fim do percurso que cada um tem destinado na sua existência. Na verdade, até se assim fosse, seria menos difícil encara-lo, aceitando que afinal a matéria de que somos feitos sempre tem outro estado, que desconhecemos, para permanecer.
Quase acredito nas histórias de ficção científica, em que se diz existirem dois mundos paralelos onde o nosso outro, semelhante, vive vida diferente. De facto, quando estou nesta toleima de sono, entre o lá e o cá, fico mesmo confuso e
tudo se torna possível. É natural que um dia destes, ouça alguém dizer, que faleci, e recebo a notícia como se me estivessem a falar da minha pessoa, como ausente, como em sonhos, pois eu existo do outro lado e com muito caminho para andar.
Acredito ser possível fazer regressão, para conhecer o nosso passado, porque não acreditar, que será possível olhar o nosso futuro.
Chamem-me louco, mas não façam pouco, porque os impossíveis acontecem.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

História de um quadro IV- Cortinas

Cortina. Acrílico sobre platex.(50x70cm)
As cortinas que preservam intimidades, sombreiam espaços, escondem mundos, matizam sombras, enrolam corpos desnudos. Cortinas que se movem nas janelas, nos postigos, portas, biombos de diferentes momentos, despertar de curiosidades. Cortinas de diferentes materiais e funções. Cortina da máquina fotográfica, no seu controlo momentâneo da pose, participando na construção da imagem. Cortina objecto estético e funcional assumindo diferentes padrões e cores. Cortina objecto estético de um quadro revelando-se a si própria, realçando matizes da sombra produzidos pela flutuação da luz e da brisa que a move.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O nosso "Chisco" é um espanto.


Tal como um qualquer astrólogo, vaticino em primeira observação na foto apresentada:

1- Demorou a nascer para que os pais saibam que tem personalidade forte e nortenha;
2- Pelo ar sereno, com que dorme está de consciência tranquila sabendo que o pai não lhe vai pôr um cachecol do FCP e portanto tem opção de escolha;

3- O seu barretinho dá-lhe um ar patusco, o que será enganador, porque a opção tem a ver com um futuro promissor. Em linguagem astrológica “barrete” significa: proteger o cérebro de ondas negativas, barretadas descabidas, ter pensamento livre, e “ide-vos lixar porque não quero que me gelem os miolos” Sairá com grande probabilidade ao pai, com tendência para se aproximar da mãe, ou vice versa;

4- Viverá sempre no meio de companhia “Floquiana”, o que lhe dará perspectivas futuras para ser um “man” de ir às gatas. Aqui na leitura astral não é clara a origem de tal vocação, mas tem grandes possibilidades de ser de sangue latino que percorre a família;

5- Terá um futuro risonho e será um “man” culto, trás nos genes as influências paternas, que escrevem e divulgam letras a “dar com um pau”, e estão sempre atentos às novidades que activam o cérebro;
 
6- O bom humor estará sempre presente. No início da sua vida com presentes divertidos premiando pais e visitas, e mais tarde completado através das visitas guiadas aos botecos, onde as anedotas e poesia, na noite da cidade, serão prato forte;
7- Será certamente um bom garfo, tendo em conta as influências paternais e familiares, sendo assíduo viajante em zonas de perigosa influência, de “comes e bebes” bem tradicionais, sem exageros de quantidade, mas degustando com sabedoria a ancestralidade e qualidade de diferentes iguarias;

8- É avisado suficiente para saber que os familiares, serão uns chatos e beijoqueiros, mas para os quais terá sempre uma resposta séria, através de uns gaseificados presentes de teste. Neste seu gatinhar pelo mundo, poderá ver quanto tempo duram esses salamaleques, no futuro. Como tal, será no futuro, um individuo atento e observador;

9- Voltando ao aspecto desportivo. Espera-se que não seja ferrenho de nenhum clube, ponderado nas avaliações, pondo acima de tudo a prática desportiva séria e divertida, não perdendo tempo a ver milionários a divertirem-se dizendo que jogam qualquer coisa. Por isso, não haverá pipocas nem amendoins que o façam desviar desse caminho, nem o pais correrão o risco de o ver cair em cima de uma mesa gritando: “Toma, pega e embrulha”, “chupa lá essa”, e, de preferência, gostará de passar a mão pélo na “gata”, enquanto todos gritam;

10- Por fim, a astrologia não se resume aos dez mandamentos, até porque ele dorme mais para esquerda, como tal ele será acima de tudo melhor do que se pensa. Será mais o que ele pensa de si. Tudo o que se possa vaticinar a seu respeito terá como resposta em bom português do norte, “ não te metas comigo.. deixa lá isso”, “põe-te mas é a fangueles” antes que te arrependas de vaticinara sobre quaisquer car....... Carvalho. 

“Chisco”, abriu o olho de soslaio e disse para com ele “oh tio-avô, não tens mais que fazer és mesmo um tangas”




Conversa de Pombos

Foto: Diamantino Carvalho
Olhando para os que governam no país e por essa Europa fora lembrei-me desta anedota que é o retrato perfeito.

Conversa de Pombos

Dois pombos depois de comerem na mão duma pessoa, levantam voo e dizem um para o outro:

- Já viste que nós até parecemos políticos?
- Porque dizes isso?
- Repara bem, mendigamos migalhas às pessoas e uma vez cá no alto, cagamos-lhes em cima!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ui Ui U iUi Se tivesse sido nas Caldas..

Foto: recebida via internet,(autor anónimo)
... talvez se tornasse famosa tal estrutura viária, ou até, ser transformada num ex-libris da cidade.

Quando se estuda uma marca para um produto, ou para uma empresa que procura o mercado, em especial, o internacional tem de se ter o cuidado com as expressões idiomáticas e com o significado das palavras, muito idênticas na pronuncia e na escrita, mas com significados por vezes bem opostos, ou menos educados.
Todos os cuidados são poucos, quando se trata de serviços prestados ao público e aos significados das escolhas e propostas de quem cria e produz.
Alguém, algum (Engº ou Arqto) não previu que a conjugação dos desenhos do muro com o ângulo do sol a uma determinada hora do dia ia dar esta sombra