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sexta-feira, 1 de março de 2013

Nas SUBTILEZAS DO DIA



Nas subtilezas do dia, o calor do teu corpo neste amanhecer da maciez da tua pele, e o abraço aconchegante de um despedida efémera.

Fica sempre o toque e o cheiro, reservado no subconsciente, para os momentos em que a ausência se faz sentir.

Somos Cruzados numa luta, que não impõe dogmas, mas sobrevivência dos sentires. Tentaremos chegar ao fim sem perder a coragem, nem minguar no esforço de exemplar vontade.

Fica bem. Acompanha o sol dos meus beijos, percorrendo caminhos que os dedos há muito desenharam em teu corpo.

Assim eu gosto de acordar neste sol de inverno.

DC

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

TALVEZ UM AVISO AO GOVERNO....





ERNESTO CHE GUEVARA: "Sepan los nacidos y los que van nacer que nacimos para vencer y no para ser vencidos."

Palavras de um Homem, de exemplar despojamento de si próprio, em benefício das causas da humanidade, e que durante toda a sua curta vida, teve como Pátria, todo o lugar onde se a lutava pela liberdade do Povo.

É do seu exemplo como abnegado lutador, que todos nós que ainda temos o "egoísmo" de uma só pátria, devemos beber para que não nos deixemos subjugar, por aqueles que fazem da sua Pátria o dinheiro, e na "nossa pátria", querem enriquecer. 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ERRO versus VERDADE



Hoje, ao ver um Relvas aparvalhado perante a recepção que lhe foi dada no ISCTE, trouxe-me à memória a recepção do estudantes da Universidade Coimbra em 1969 ao Presidente da República Américo Tomás.

Por isso mesmo leio e releio a frase da imagem, vezes sem conta e penso que ela responde nos dias que correm ao que se vive neste pais “à beira mar plantado”. Mente o governo, mentem banqueiros, mentem trampolineiros que na televisão modelam a opinião dos outros oferecendo o erro e a mentira como verdade. No entanto na realidade a verdade, como punhos, se levanta. Cada dia que passa, todo um povo vai tomando consciência da mentira e do logro que vivemos e um dia mais cedo que tarde todos assumirão as suas responsabilidades, e irão encher as ruas expulsando os tiranos.

Na verdade, verdade, como tudo na vida, e como diz o povo, vem ao de cima como o azeite na água.

DC


http://arrastao.org/2755687.html

AS MuDANÇAS AconTECEM



As mudanças acontecem, são uma necessidade. Umas por razões económicas e profissionais, sociais, outras por razões de relacionamento e outras ainda, para que a vida não se torne monótona, mantendo vivências que vão ficando saturadas de rotinas. Os mesmos vizinhos, as mesmas lojas, a mesma cidade, e as mesmas pessoas da terra, com quem nunca falamos, mas se as encontrarmos fora da terra, logo as reconhecemos, em especial quando saímos para o estrangeiro.

Mudar é bom. Em especial quando não somos forçados a fazê-lo e porque queremos dar uma lufada de ar fresco à vida. Temos de nos adaptar a imensas coisas novas, e a reconstruir muitas outras, com apelos constantes à imaginação, à criatividade, nas nossas diferentes áreas de vivência. Mudar tem até algo que nunca pensamos, que é voltar aos lugares anteriores sejam eles materiais ou emocionais, revivendo as emoções e avaliando o passo que demos.

Nem sempre as mudanças resultam como queremos, mas uma coisa é certa elas fazem parte do caminho, com construímos as nossas vidas para o bem ou para o mal.

Na realidade as mudanças são sempre aprendizagem, crescimento, maturação, vida, sejam elas fruto de que circunstâncias forem.

DC

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

NÃO SE PODE PERDER O SORRISO

A chuva cai leve, de mansinho. Hoje, segunda-feira 8 de Outubro de 2012, é uma data como outra qualquer no calendário da vida de um indigente como eu, a única diferença em relação aos outros dias, é que hoje estou mais velho um dia, mais cansado do que ontem, física e espiritualmente.

Cada dia que passa tentam a apagar-me o sorriso, no entanto não conseguem, todos os dias os surpreendo afivelando-o ao rosto. Pelo menos esse sorriso vai mantendo os músculos do rosto activos, deixando os meus opositores e observadores, defraudados por não me conseguirem aborrecer.

Não se pode perder o sorriso, não é saudável nem ajuda a nossa auto-estima. O sorriso comunica ao nosso próprio corpo e mente uma sensação positiva, que nos fortalece, e nos ajuda a levar de vencida uma grande parte dos obstáculos que se nos deparam.

Por tudo isto e mais aquilo, e tudo o mais que não me lembro, quando me olhei no espelho dei uma gargalhada forte, forçada, e deixei-me ir de tal modo, que pouco depois ria a bom rir sem saber porquê, foi óptimo. Quando saí do WC público, já tinha montado todos os músculos da face e um sorriso pronto para enfrentar o mundo.

Quando me acusam de sujo e mal vestido, afivelo o meu sorriso e penso para os meus botões: quanto de sujo terás tu nessa tua cabecinha, com esse teu ar todo lavadinho engravatado e cheio de maneirismos?. Tenho o corpo sujo e uma alma limpa. Não tenho casa porque ma roubaram os bancos. Não tenho lugar para me lavar, nem muita roupa asseada para trocar, é pena, nada posso fazer, nem sei onde existem os banhos públicos. Perdi a necessidade ter quando tudo me foi tirado, não sabem o quanto beneficiei com isso, voltei a ser livre, nada me prende nem local nem mentalmente. Perdi o medo, nada tenho a perder, refugio-me na dignidade que ainda tenho. Quando me olham com pena, como se fosse uma desgraçado perdido nos maus caminhos da vida, eu sorrio, ainda tenho a minha liberdade, não tenho peias sociais e materiais que me prendam, nem o olhar de “carneiro mal morto” que outros têm, porque esmagados nos seus direitos como pessoas.

Indigente não foi uma opção, foi uma necessidade que se tornou uma opção em nome da minha liberdade. O meu colchão é de cartão, meu telhado um vão de escada, o meu candeeiro é a vela antiquada e meu aconchego a gata malhada que ronrona do cair da noite ao nascer da alvorada.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

AMOR SENIOR

Chegaram, sentaram-se na esplanada, deixando que a brisa os refrescasse, ele era alto enxuto, com o cabelo todo branco, calças cinzentas de tecido fino, camisa branca, sapato preto clássico, apontando para uns 65 anos, ela baixa gordinha, não demasiado, talvez com menos idade, ligeiramente mais baixa que o seu parceiro, com um ar simpático, sorriso nos lábios, vestida com uma blusa simples, preta, e um colete leve por cima, saia de tecido florido daqueles que parecem sempre encorrilhados, sapato preto de meio tacão.

Ele tinha uma voz seca, com tonalidade autoritária, marcial, ela com uma voz e uma forma de estar muito daquelas mulheres que está habituada a trabalhar enfrentando a vida, Ambos pareciam gente boa em plena reforma, ou com a vida já bem assente.

Interessante a conversa que se desenrolou, percebia-se estarem ali depois de um almoço de domingo, a dois, gozando um espaço das suas vidas, talvez viúvos querendo reconquistar a vida. Ele falava de um qualquer baile do “arrasta o pé”, local que se subentendia ser comum aos dois, no qual uns amigos lhe disseram terem visto alguém conhecido, ela pronta sugerindo ir ao local passar um bocado. Autoritário, macho, disse logo que não, de forma seca, justifica de seguida, começando a falar de visitar a filha "hoje" que reclamava a sua presença, segundo ele, a filha lhe estava a cobrar quanto à forma como vivia a sua vida. Ele lamentando ter de reclamar quanto ao seu direito de fazer o que queria da sua vida e não admitindo interferissem. A senhora, a seu lado, corroborava falando da sua filha e dos problemas comuns aos dois.

Tudo isto em voz semi- audível, percebia-se pelo decorrer da conversa que viviam cada um no seu espaço e que viviam a aventura de um namoro sénior, maduro. Vozes sem agressividade, palavras soltas um à vontade saudável de quem gosta de se encontrar, para almoçar, viver os momentos, falando gozando as delícias do amor, e depois retomarem as suas vidas no dia seguinte até ao próximo encontro.

Namoro moderno em “gente antiga”. Cada um com o seu próprio espaço, cada um com a sua família, cada um evitando confusões de uma decisão precipitada de vida a dois, com as famílias se misturando, com as confrangedoras situações que se conhecem entre casais divorciados, ou viúvos, com partilhas e direitos discutidos ao milímetro. Vivem a “anormalidade” de não estarem juntos como mandam as regras sociais, preferem a sua independência, económica e social, o seu espaço, a manutenção das suas vivências com os amigos, a não obrigatoriedade, de, por gostarem terem de se colar na pele do outro. Certamente terão cada vez mais ânsia de se verem, cada reencontro será mais rico que o anterior, haverá mais estórias para contar, mais partilhas a fazer, mais beijos e carícias para dar, mais prazer de estarem juntos. Naqueles momentos a dois, estão disponíveis em pleno um para o outro.

Não pareciam, os dois, pessoas dotadas de grande formação e cultura. Não sei como deduzi tanto sobre eles, e o que levou a pensar onde aprenderam tal forma de estar, mas julgo que na verdade a sabedoria e a experiência de uma vida a sós, após um divórcio, ou viuvez, por vezes dá tanta riqueza e liberdade, que as pessoas dela não abdicam de modo fácil ou menos ponderado.

Viver juntos uma relação de amor, já não é única opção. Importante é a alegria de se amarem quando juntos.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

TEMOS DE ACORDAR


Acordei, sentei-me na beira da cama e pensei, coisa que não convém fazer nos tempos que correm, Pensar pode trazer problemas, dizer a verdade é incómodo, podemos ser penalizados.

Neste meu pensar, lembrei-me daquelas pessoas que publicamente se assumem dissertando sobre as contradições e injustiças que neste país o governo aplica aos seus cidadãos. Pessoas que o fizeram num programa de grande audiência televisiva e foram punidos pelas entidades patronais, sem que a sirigaita que dirige o programa faça qualquer menção ao acontecido, mesmo quando do seu conhecimento.

Um pensamento leva a outro, fico-me de olho parado observando o soalho coçado da vida, que nestes meus sessenta e muitos anos, fui calcorreando para viver, ou sobreviver.

Desde que nasci até aos dias de hoje só ouço falar de trabalho, trabalhar mais, trabalhar com qualidade, trabalhar a renda da casa, trabalhar para comprar roupa, comida, pagar os estudos, ir ao barbeiro, ao médico. Trabalhar para ser alguém na vida, trabalhar se quero ter sucesso, trabalhar para ter boas notas, trabalhar pela dignidade, trabalhar, trabalhar, trabalhar.

Esta palavra trabalhar está encascada na cabeça, faz parte do quotidiano, está colada à pele, faz parte da sua coloração, então para que temos de a ouvir a palavra trabalhar todos os dias e a toda a hora pela voz dos governantes e dos patrões. Ouvimos dessa gentinha, que temos de trabalhar para salvar o país da crise, para salvar da crise as empresas, que temos de trabalhar aos domingos e feriados, sem compensação remuneratória, roubando-nos o descanso. Alteram-se as leis laborais para se aumentarem as horas de trabalho, os dias de trabalho e desclassificam-se as profissões para que aceitemos qualquer trabalho. Tiram-nos alguns feriados para trabalharmos ainda mais, tudo para salvar a crise criada pelo poder económico, em especial a banca, pelas más administrações sejam ela públicas ou privadas. E como se não bastasse, quando nos queixamos aos nossos amigos que a reforma não chega, eles dizem “arranja um biscate e vai trabalhando”.

Comecei a trabalhar com onze anos e fui percorrendo todas as escalas. Como aprendiz, como profissional, como responsável de serviço. Trabalhei e estudei ao mesmo tempo, até chegar ao ensino superior. Trabalhei para ajudar os meus pais, trabalhei em mais de um emprego, para sustentar a minha própria casa e filha, trabalhei para comprar um carro, trabalhei para pagar uma casa ao banco, trabalhei para comprar os meus livros, ou seja, tudo o que tenho ou conquistei na vida, foi à custa de trabalho, trabalho e mais trabalho. E agora quando devia pensar em descanso falam-me novamente na necessidade de trabalhar, com a agravante de não haver nem local nem trabalho para o fazer.

Trabalhei descontando para o fundo desemprego e segurança social. A reforma é o resultado de descontos durante anos, portanto é o meu dinheiro e não um imposto, por isso não devia ser manuseado pelos governos a seu belo prazer. A maioria dos que trabalharam, recebem uma côdea pequena, não só porque descontaram pouco, do pouco ganhavam, mas mais porque a administração do seu dinheiro foi sempre do modo que o estado entendeu. Não somos nem nunca fomos funcionários públicos somos reformados, com o nosso dinheiro.
Os que mandavam trabalhar receberam sempre muito e têm uma reforma adequada aos seus pergaminhos, porque sempre ganharam muito dinheiro mandando trabalhar os outros, e até fazem contratos onde está estipulado quais os valores de reforma, ou de despedimento, independentemente dos anos de serviço, ou das razões pelo que são aplicadas.

No decorrer de todos estes anos, também me fui apercebendo, que nem todos temos de trabalhar para conseguir o que queremos, há muitos outros que desde que nascem tem berço de ouro, ou sempre foram protegidos e nunca souberam o que é querer comer e não ter. Esses são normalmente os que não trabalham, nem nunca souberam o que isso era, mas sabem mandar trabalhar, com voz suave de língua enrolada e com a curva da felicidade a marcar a sua imponência. Há outros que aprenderam desde cedo a técnica do “venha a nós o vosso reino” e fazem todo o tipo de trafulhices, vivem que nem nababos, sem terem muito trabalho e que sempre se safam.

Continua o olhar parado, e a mente em alta rotação. Penso porque não mandar tudo à merda e pensar na forma fácil de me governar. Porque razão em vez de trabalhar não aprendo o verbo roubar? Sim, se a reforma não chega e se trabalhar foi o que fiz toda a vida, e nada tenho, para quê continuar a fazer algo que não me rende nada e me vai manter em dificuldades?

Sim isso, roubar é menos trabalhoso e mais rentável. Não o roubo dos comuns ladrões que dá muito “trabalho”, mas aqueles roubos que alguns fazem, que se apelidam de desvios, e que quando descobertos, dão prisão domiciliária ou cela de luxo nas cadeia públicas, ou correm pelos tribunais tempos infinitos até prescreverem.

Na verdade se o dinheiro que eu “depositei” durante anos, no fundo de desemprego e na segurança social, é-me retirado pelo governo, sem minha autorização, fazendo dele o que bem entende não respeitando os meus direitos afinal o que está a fazer é ensinar-me a ser desonesto. Se me retiram o meu dinheiro e me taxam com impostos para pagar compromissos e debelar uma crise, pela qual nós povo não somos responsáveis, como acontece actualmente, mas sim a alta finança da qual a banca é o seu expoente visível, afinal o que me estão a sugerir? Que seja desonesto, não cumpra os compromissos que assumi perante outros, porque o estado me delapidou os fundos, ou em caso extremo que roube para comer, ou para cumprir com os meus deveres.

Andei anos escavando a vida para obter um situação económica e social digna, sempre trabalhando e ouvindo a palavra trabalho, e agora a caminho do fim da vida, dizem-me para me desfazer de tudo o que consegui, entregando a casa ao banco que está quase paga e me custou duas vezes e meia mais, que venda o carro que já velho nada rende, que me desfaça de tudo o que duramente obtive pelo meu trabalho, sério e honesto, e quando por fim o dinheiro se esgotar trabalhe ou roube para sobreviver.

A raiva, surgida pela impotência de nada poder fazer para travar tal violência tira-me do caminho correcto, provoca-me insónias e prepara-me para perder qualquer sentido de responsabilidade.

Será que o novo sistema de neo-liberalismo comandado pela economia de mercado(?) quer fazer de todos nós bandalhos exploradores, egoístas e ladrões de colarinho branco? Será que temos de aceitar que uma qualquer Troika venha aqui aplicar mais medidas de austeridade que visam sempre a maioria do povo e deixam que as minorias privilegiadas continuem no seu cantinho enriquecendo com a crise?

É tempo de dizer basta. É tempo de ganhar a rua e parar com esta austeridade déspota sobre o povo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Feiras de PROdutos BIOlógicos


Quando de visita a Vila do Conde neste mês de Agosto, ao deambular pela cidade, a certa altura, num grande jardim (Júlio da Graça, julgo), deparamos, com uma feira de produtos agrícolas dos tais chamados biológicos. Hoje em dia, é vulgar em várias cidades do país, se encontrarem locais, em dias fixos da semana, onde estas Feiras de Produtos de Agricultura Biológica têm lugar com a exibição e venda directa de produtos biológicos, da época, que vão desde ervas aromáticas, produtos hortícolas, frutas, legumes, frutos secos, compotas, ovos, mel, etc., até aos enchidos. Estas feiras permitem um maior contacto do produtor com o consumidor, beneficiando ambos, e são um incentivo ao desenvolvimento destes mercados e ao aparecimento de mais agricultores, que com escassos meios conseguem produtos biologicamente mais saudáveis e apetecíveis.

Voltando à Feira

Enquanto caminhávamos fomos conversando, apreciando as várias bancas e seus produtos, elogiando as qualidades e vantagens daquele tipo de feiras. A certa altura, vimos um dos feirantes vendendo melão Casca de Carvalho, melão este, conhecido pela sua qualidade picante, cheiro e paladar inconfundível, e que é considerado uma raridade, pois só se encontra à venda em alguns locais. Motivados, perguntamos o preço, íamos sofrendo um colapso, mas resolvemos comprar um para nos deliciarmos, mais tarde ao jantar, pensando para nós próprios que as coisas boas não tem preço. O sr. que nos atendeu, garantiu-nos que estava pronto para comer, depois de ir um pouco ao frigorifico para refrescar, ficamos felizes, pensando no pitéu que nos estava reservado. Na verdade o seu cheiro impregnou o carro, durante o resto da viagem.

Parte-se do princípio, talvez erradamente, que os produtos comercializados naqueles locais primam, não pelo tamanho, ou outros factores estranhos e artificiais, mas pela qualidade e sabor. Na verdade, podem efectivamente estar libertos de pesticidas e de adubos artificiais, mas no que refere à qualidade... a realidade prova que nem sempre é assim, e daí sofrermos uma decepção. O melão estava maduro, mas não tinha qualquer paladar nem sequer era doce.
Todos sabemos que as pessoas não estão dentro dos produtos, mas pelo menos têm de ter comportamentos, como por exemplo, experimentar “calando” o melão, provando os seus próprios produtos, ou pelo menos terem provas pelo hábito e informação de outros consumidores, de que a qualidade se garante.

Como já não é a primeira vez, que me acontece comprar produtos biológicos e a qualidade ser fraca, começo a pensar, que por vezes alguns produtores porque a produção dá muito trabalho -aos que dá - acham que por ser biológico o preço tem de ser caro e a qualidade é o que se puder.

O que me ficou na cabeça de imediato, foi que afinal tinha comprado um melão, uns dias antes, no supermercado, por uma pechincha e ele tinha muita qualidade, para quê então comprar biológico???

Se a qualidade e o sabor não vingarem, acabarão por matar este novo nicho de produtores e de mercado, que já tem algum progresso, pois não só do “biologicamente correcto” vive o homem.


NOTA: Quero desde já esclarecer que sou um defensor acérrimo deste tipo de produtos e apoio todas as feiras e acções desenvolvidas neste sentido. O que eu pretendo aqui é lembrar da necessidade de haver cada vez maior rigor e qualidade na oferta, para que as pessoas possam confiar cada vez mais no produto que naqueles locais são comercializados.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sonho-te Casa do LAgo


Desenhei-a várias vezes, imaginei-a centenas, sonhei-a vezes sem conta.
Todas as estações do ano passam por ti sem que se tornem incomodas.

Sempre sobre a água, sempre com noite de luar espalhada nas águas, sempre com a transparência das coisa boas que por indescritíveis nos deixam presos no limbo do tempo.

Sento-me na cadeira confortável, da sala de estar enorme, onde as janelas que preenchem paredes do chão ao tecto me deixam como levitando sobre as águas.

Observo. Na pausa entre as palavras do livro, que vou lendo debaixo da luz amarela do candeeiro. Fixo-me nesse além das transparências, sentindo o farfalhar das águas batendo contra estrutura da casa e lendo poemas no leve ondular das águas do lago.

A serenidade conquistada do nascer nas águas, que só alguns tiveram direito, ali me refaz de uma maternidade dorida.

Tem uma estrutura simples, de todo o lado, sem escusas, o vidro e o infinito da água, companheiro de noites de amor, de jantares sem velas mas com peixes dourados saltando. Os reflexos desenham pinturas holográficas recheando o espaço.

Sonho o amanhecer vendo o manto de vapor que plana sobre as águas como algodão doce, no qual apetece navegar fazendo amor com a natureza.

Como diria o poeta

Vem, serenidade!
Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos...
(extraído do poema de Raúl de Carvalho- Serenidade és minha)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

SUAVE SOL QUE ME AQUECE

Suave sol que me aquece
Belo o sorriso que me enternece

Belo o rosto e seu olhar
Suave e doce o seu amar

Rosto que amanhece
Para me encantar

Sorriso que enternece o meu amar
E aquece o brilho do seu olhar

DC
http://www.youtube.com/watch?v=TZJt_pDR7wo&feature=plcp

quarta-feira, 25 de julho de 2012

UMA ESTÓRIA DE BOIS E VACAS


Nesta estória de silêncios que frequento, vou divagando e pensando em coisas que não lembra o diabo, como aquele aforismo (argumento dos idiotas) popular que diz algo parecido com isto: “casal sem cornos é como um jardim sem flores", que eu julgo ter a ver com os bois e as vacas.

Esta afirmação fez-me projectar para a estória dos bois e as vacas e muitos outros animais, que já nascem com cornos e gozam da erva. E que têm personalidades e “estar social”, que vale a pena realçar.
São livres não ficam corados quando mentem e nunca olham nos olhos.

São afáveis e mostram sempre a sua admiração, mummmm mummmm um pelo outro, sem grandes discussões ou argumentos.


Não são envergonhados, são até um pouco exibicionista pois não têm vergonha de fazer sexo em público.


Fazem amor à canzana sem preconceitos, e só não dão beijos para não ficarem de línguas enroladas.


São muito simpáticos um para o outro, marram, e marram bem. No entanto, por vezes o façam, para porem na linha um macho atrevido que aparece fora de tempo, ou na fêmea quando abusa da liberdade de andar de cornos ao alto.


Embora em algumas raças, as vacas tirem os cornos bem cedo para não se incomodarem umas às outras quando em casa, ou quando saem as compras no meio das pastagens e para não ficarem com complexos desde pequeninas.

As vacas andam sempre umas com as outras, a não ser quando comem ou são comidas.
São uma ternura, aqueles olhos de bovino, parados, as orelhas a mexer tipo ventoinha para afastar as incomodas moscas. Tem um traseiro cinco estrelas. com um rabinho todo mexido sempre que sentem algo a roçar-lhes o pelo.
Os bois também tem o seu ar interessante, normalmente não lhe cortam os cornos, machos que são, gostam de assumir os enfeites. Alguns são bravos, e é entendível com um peso nos cornos daquele tamanho deve custar um pouco, embora se conste que são muito liberais. Ultimamente andam preocupados pois as vacas andam meias loucas e não sabem o que lhes fazer.

E aos bois não há medicamento que chegue, desde que se lhes meteu na cabeça que são de sangue azul.

Ainda há dias a AAPVBT*, teve de aprender tudo o que havia no talho porque as vacas presentes estavam todas loucas. Tudo isto em tal alvoroço que estragava a meditação e tornava meu silêncio em vão.

DC

AAPVBT*- Alta Autoridade Para Vacas e Bois Tresmalhados

terça-feira, 5 de junho de 2012

DeIxA QuE eU Me riA



Deixa que eu me ria
Que eu gargalhe fundo no meu íntimo
Deixa que transvaze esta ironia
Este remoque que me sufoca e asfixia
Esta farsa que se alastra e se apega
Que contagia.

Deixa que eu me ria
Que não goteje a mágoa deste dia
Que não lacrimeje, que não atormente
Que não chore, simplesmente.

Deixa que eu me ria
Que meu riso, mesmo hipocrisia
Me liberte, me afaste, me alivie
Me isente desse embuste que atrofia
Deste mundo falsário e pecaminoso
Deste perjuro, falso e doloso,

Deixa que eu me ria
Deixa que eu me ria!

do livro de poesia
Mentes Perversas
(… e outras conversas!)
Ana Paula Lavado


EU NÃO FUI AO ROCK IN RIO

Eu não fui ao Rock In Rio, porque ao contrário de muitos, eu não digo: “Não é por causa disso que as coisas vão mudar”. Claro que não, num país em crise como o nosso, é uma forma “fixe” para os politólogos virem justificar para os media que afinal gastamos acima do que devíamos por isso a austeridade do governo é adequada. Não está em causa se gosto de ouvir música, ou dos músicos que lá aparecem como vedetas. Eles são pagos e como tal fazem o trabalho, vergonha é ter que lhes dar durante a sua estadia para além do que ganham, mimos durante as actuações que são um insulto para todos aqueles que vivem em dificuldades em Portugal. Sustentam-se vedetas que vivem da miséria e que em muitos casos dão um contributo sério para indigência dos jovens. Diz-se que o futebol é o ópio do povo, ali naqueles espaços o ópio, heroína, coca, ecstasy, etc., fazem parte do espectáculo, para embriagar os sentidos de muita juventude que nem vota, e que vive literalmente à custa de seus pais, e alguns deles reformados. À boa maneira portuguesa protegem-se “os meninos”, porque no passado se passou muita fome e eles “os meninos perdem a noção de que a maioria das famílias mal têm dinheiro para sustentar a casa, mas pode-se gastar um bilhetinho que dá para a carne para colocar no prato durante uma semana.
Triste país este que pede austeridade e permite que se abram supermercados ao fim de semana, e que usam falsos aliciantes para aumentarem o consumo das pessoas, fazendo-as endividar ainda mais, indo atrás de um benefício precário, que na maioria dos casos ronda em prejuízo. Triste país que permite estes espectáculos em tempo de crise, e que sustenta, o ópio do povo, para que se distraia dos grandes problemas que deviam estar na ordem do dia.

Que interessa que o povo pague a dívida que não fez? Que interessa que o SNS de saúde desapareça, e a sua qualidade todos os dias seja posta em causa como se a saúde fosse uma mercadoria? Que interessa que o desemprego atinja um milhão de pessoas?
Que interessa que os bancos nos cobrem mais taxas e enriqueçam com a crise? Que interessam os políticos corruptos? Importante, mas mesmo importante, é mais um rockinho para a próxima semana, ou mais um Festival de Dás ao Coiro num cantinho qualquer do país para que a maltinha se vá entretendo até ficar sem nada.