quarta-feira, 29 de maio de 2013

Trriimm Trriimm Trriimm....



Trriimm Trriimm Trriimm....
Trriimm Trriimm Trriimm....
Tocava repetidamente

Trriimm Trriimm Trriimm....
Trriimm Trriimm Trriimm....
Tocava insistentemente

Trriimm Trriimm Trriimm....
O som vai-se perdendo
e o ansejo esmorecendo

Trriimm Trriimm Trriimm....
Telefone na mão e olhar parado
até o Trriimm Trriimm ter acabado

De que servia tanta tecnologia
se quando o tempo urgia
ele não a atendia

Voltou a insistir olhando bem
O número que marcava
para ver que não se enganava

Novamente o som se repetia
Trriimm Trriimm Trriimm....
Trriimm Trriimm Trriimm....
Trriimm Trriimm Trriimm....
insistentemente, o eco se ouvia
numa angústia que aumentava
Trriimm....... Trriimm.... .Trriimm....
Trriimm....... o som se perdia
no Trriimm... e sem alma ficava

Ficou seu olhar parado
e a mensagem por dizer
em tanto Trriimm Trriimm ....
a acontecer

Na verdade somente precisava
neste trrrimmm insistente
era dizer que o amava
e quanto vê-lo era urgente

terça-feira, 28 de maio de 2013

AI NARCISO ...e narcisismo

Narciso, de seu nome esta flor tão bonita, tão suave, que tem agarrada a si uma estória tão deplorável sobre o carácter do ser humano. Infelizmente nos dias de hoje ainda para aí proliferam muitas pessoas e sofrendo do mesmo mal, basta ver alguns programas de televisão, e não só, e como tornam a vida difícil aos outros.
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Segundo a mitologia existia uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso,chamada [[Eco]] e que amava o rapaz em vão. A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um [[Divindade|deus]], comparável à beleza de [[Dionísio]] e [[Apolo]]. Como resultado disso, Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa [[Nêmesis (mitologia)|Némesis]] condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando.
As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso; e então dai o nome narciso a flor.


-Wikepédia

" As pessoas narcisistas interpretam um desacordo ou uma crítica construtiva como um ultraje e uma falta de respeito pelo seu foro íntimo. Em psicologia clínica, é conhecido como o “insulto narcisista”, que não é mais do que hipersensibilidade à critica. Lembremo-nos de que estamos perante uma baixa auto-estima fortificada e que a honestidade tem a virtude de penetrar qualquer defesa. Por essa razão os narcisista odeiam as pessoas assertivas apenas porque dizem, com sinceridade, o que pensam e não se deixam manipular. Este facto explica por que os seus companheiros ou companheiras tendem a ser pessoas submissas, que evitam contrariá-los, seja em que aspecto for."

Walter Riso

 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Não Desvalorizemos as Pequenas Coisas..





...um rio na sua nascente é um fio de água, que vai engrossando o seu caudal, e  alargando as suas margens até chegar à foz.


As mais pequenas coisas, se tornam grandes coisas, como a ampulheta que com a sua areia acumulando num dos lados, vai marcando os espaços de tempo. São pequenas coisas como esse grão de areia que entram na engrenagem e fazem a grande máquina avariar.


Embora digam que os aforismos são os argumentos do idiota, porque cada um tem o seu contrário, em certas circunstâncias têm a sua razão de ser. Não desvalorizemos as pequenas coisas; “Grão a grão enche a galinha o papo”, “até ao lavar dos cestos é vindima.


É na junção das letras que se formam as palavras e estas as frases que constituem os textos aplicados nas mais diversas formatos, superfícies e temas de escrita, como jornais, revistas e livros e que vão do cientifico ao lúdico.

Em todos os sectores da vida, e em especial nas relações humanas, seria bom termos preocupação de resolver os pequenos atritos, antes que se acumulem tornando insuportável o convívio entre as pessoas. Há quem diga “fazer uma tempestade num copo de água”, no entanto, na verdade se não se resolver essa tempestade, rapidamente, possivelmente essa se transformará numa catástrofe.

Esta pode ser uma verdade de “La Palice” , no entanto o erro de menosprezar as pequenas coisas, continua a cometer-se e muito boa gente anda de candeias às avessas por tais minudências.

DC


SIMPLICIDADE NÃO É INCONSCIÊNCIA




O vento corria na pele das orelhas, tornando surda a escuta, trazia-lhe a si, a natureza com a sua força bruta. Assim como a ausência da sua voz tornava noite dura, a insónia se fazia permanente, tornando a mente escura

Caminhava na orla do mar tentando penetrar na sua escuridão à procura de razões para tantas dúvidas e emoção, Visualizava todos os passos andados, frases e gritos lançados e as muitas dúvidas e sentimentos amordaçados.
A estrutura ruíra por dentro, tornando frágeis as amarras que a agarravam ao cais onde amarara apegada à esperança, Sendo que, esta seja a última a morrer, torpe engano, que nos leva a uma dor por conhecer.

De tudo concluía: a simplicidade de ser e sentir, de querer, de viver não são compatíveis, com maquilhagens da alma.

“A simplicidade não é inconsciência, a simplicidade não é estupidez. Um homem simples não é um homem tonto. A simplicidade constitui antes o antídoto da reflexão e da inteligência, porque as impede de se agigantarem.”


Filosofo Comte- Sponville

domingo, 26 de maio de 2013

SEM MARCAS DO TEMPO





Ele tivera de se deslocar aquela cidade e aproveitara uma pausa, para lhe telefonar e saber da sua disponibilidade para tomarem um café.

Ela chegara no seu carro, ao abrir a porta, depois de estacionado, encarou logo com ele, Encontravam-se depois de muito tempo sem se verem, e sem se contactarem. Ele trazia no rosto as marcas do tempo e denotava cansaço. Mais magro, do que da última vez que ela o vira, parecia mais alto, seus olhos com um brilho estranho pareciam esconder-se no rosto, que o cabelo grisalho e a tez morena realçavam. Ela tinha mudado muito pouco. Os olhos continuavam vivos, expressivos e um pouco irónicos, o seu rosto não tinha as marcas do tempo, fisicamente, mantinha a mesma elegância e elasticidade de outrora, O seu sorriso aberto, na sua boca cheia e bem desenhada, continuava a ser sedutor.

Abraçaram-se de uma forma aconchegante e beijaram-se nas faces, afastaram-se um pouco, e ainda com os braços suspensos um no outro, voltaram a abraçar-se com mais força como quisessem esquecer o tempo que estiveram sem se ver.

Ele tomara um café e ela, como sempre fazia, um chá sem açúcar, segurando a chávena na concha formada pelas duas mãos como se estivesse com frio. As mãos dela bem desenhadas eram bonitas e grandes como a sua estatura pronunciava. Depois, como nesses outros tempos, deram as mãos, que de vez em quando se acariciavam, enquanto os olhos se encontravam, e assim ficaram durante largos minutos conversando, sobre as vidas de cada um no presente, dos trabalhos produzidos, e relembrando estórias, amigos, momentos bonitos das suas existências nos passado.

O que os unira no passado, estranhamente, não desaparecera, tinha cada um seguido o seu caminho e vidas próprias, no entanto, ali naquele momento, tudo se passava como se tivessem estado juntos na véspera, sem estranheza ou constrangimento, como se o tempo tivesse parado, como se nada existisse para além de si próprios.

O tempo parecia ter voado, e de repente, cada um tinha de seguir para o seu destino, Seguiu-se a despedida com novo abraço e beijos nas faces, Os sorrisos nos seus rostos reflectiam prazer e felicidade, parecia que lhes tinham insuflado nova vida, ou se calhar um pouco mais daquele não sei o quê que os unia sempre que se reencontravam.

Ainda hoje, não percebe que espécie de sentimento, ou química, os envolve, o que sabe de certeza absoluta e segura, é que cada momento juntos, é deliciosamente bonito, sem mácula e de um prazer insuperável.


sábado, 25 de maio de 2013

NÓS VIVEMOS ENTRE SONHOS...


Nós vivemos entre sonhos sonhos que morrem e nascem. Que intervalo é chamado de esperança, e não é verdade que é a última a morrer, morrem todos os dias com uma lágrima e levantando todos os dias com um sorriso. O que nos mantém vivos são os sonhos que podemos ter percebido, mas a capacidade de continuar a sonhar.
Giuseppe Donadei
Reconciliou-se com a noite. Dormira largamente, os restos de sonho que ainda restavam esfumaram-se com a luz do dia, que entrava pelas frestas da persiana

Abriu a janela e deixou o sol entrar, sentou-se e esperou que ele lhe fosse aquecendo a pele e limpando as impurezas da alma.

A paz voltara a existir, estava bem consigo próprio, o seu grito de revolta, libertara-o da carga que há largo tempo o perturbava, e tomar a consciência de que nada mais podia fazer ou dar.

Há muito tempo desenhara a linha limite. Não se pode obter ao mesmo tempo “chuva no nabal e sol na eira”. Dizer presente não tem hora boa, ou má, é uma forma de dar, de estar lá quando precisam de nós, é socializar, viver, partilhar, é uma forma humana séria de estar consigo próprio e com a vida. Assim fizera, por isso estava contente por se sentir humano e liberto, por ter a consciência do que fizera e do muito que ainda há para fazer.

Na sociedade há muito “sem abrigo”, que não espera propriamente um lugar para dormir ou comida, mas um abraço de gente, que o acolhe ouvindo, partilhando, acalentando e acima de tudo o fazem sentir-se o humano.

Há muito onde lutar pelas causas que ao ser humano interessam.

"O que nos mantém vivos são os sonhos que podemos ter percebido, mas a capacidade de continuar a sonhar."

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A MÚSICA QUE ME REVELA


Delicio-me ouvindo a sua guitarra, vai me tirando a tristeza de dentro.

Ouço, Se vai esvaindo a dor, ficando uma serena calma desenhando os contornos desse acreditar, de que por muito mau que seja o momento, haverá sempre uma flor, uma pintura, uma alma, uma música que nos faça amar a vida.

A música vai entrando com o dedilhar dos seus dedos arrancando sons únicos, como único é o momento da escuta, A abstracção das notas se torna tão chão, tão vida de algo que existe, mas não sabemos explicar.
Longe vão os pensamentos percorrendo a distância, como se flutuassem em nuvens, que rapidamente vogam no espaço chegando com a mensagem.

De repente perco-me e abstraindo-me de tudo, Passo para um outro lado do qual não tenho pressa de regressar e que nunca soubera que existia.


Quando a música pára, acordo como no meio de um sonho do qual não queremos sair nunca. Regressa a realidade, sem que deixe de sentir a leveza do caminho que percorri, e de acreditar que há coisas que vale a pena lutar e viver, mesmo quando sabemos que não duram sempre.

DC