Se eu conseguisse explicar o teu olhar, o
sabor da tua boca, as linhas do teu rosto, o ronronar do teu sono, a dança do
teu corpo, o som da tua voz quando falas, a tua inteligência, a qualidade do
teu raciocínio, os teus desejos e vontades, muito mais fácil seria perceberem o meu amor por ti.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Como dizer...
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domingo, 24 de junho de 2018
Partir...
...partir tem a despedida, a
marcação na pele, as horas, a saudade, o tempo de regresso, o recomeço, ou não,
o ponto final, o anseio de chegada ao outro lado, o regresso se encontrada
razão, o medo de perder, as memórias, as noites de insónia, o verão o inverno,
o inferno. Nunca sabemos bem, se fizemos o melhor, perante o que vem a seguir,
as dúvidas acentuam-se, acrescentam mais pensamentos, imagens, discussões reais
e imaginárias, razões e não conformidades. No calor dos acontecimentos reagimos, só
reagimos, se analisássemos seria sobre a pressão do acontecido e não teríamos o
discernimento para o fazer melhor opção. Sabemos que uns tempos depois surgem
os arrependimentos, já não se avalia a verdade, são a solidão e o silêncio, a criarem-nos
a conivência e conveniência de aceitarmos tudo, para acabar com aquela
incerteza e vazio. Na realidade só o passar dos anos, muitos ou poucos,
acompanhados pelo esquecimento que se vai plantando, permitirão a verdadeira
consciência do momento, talvez uma leitura aproximada dos factos. Ainda assim
com tudo isso, vou pela noite dentro procurando o aconchego das tuas mãos. No
sonho, fico perdida nos teus lábios, quando acordo, o corpo suado do pesadelo
da tua ausência.
A sala permanece silenciosa, nas paredes os quadros com pinturas e fotografias, e algumas centenas de livros, são a única companhia.
A sala permanece silenciosa, nas paredes os quadros com pinturas e fotografias, e algumas centenas de livros, são a única companhia.
Na rua, os foliões dançam e
pulam, é S.João. Ela só vê o alcatrão negro da rua que demarca o edifício, o
resto é só ruído.
dc
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terça-feira, 19 de junho de 2018
Tem dias assim
Tem dias em que as estórias
não acontecem, ou passam ao nosso lado.
Tem dias em que as palavras não surgem, e aliam-se à falta de estória.
Tem dias em que se perdem amores, por faltarem as palavras para contar a estória.
Tem dias em que as palavras não surgem, e aliam-se à falta de estória.
Tem dias em que se perdem amores, por faltarem as palavras para contar a estória.
Hoje não tinha argumentos
para falar da minha estória, esclarecer as razões dela existir. A estória
passou à história, mal o pensamento nasceu, perdeu-se no labirinto de
explicações prováveis e logo foi passado. É isso que magoa, nem tempo houve
para que fosse vivida, morreu ao nascer.
dc
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Foto:Diamantino Carvalho
domingo, 17 de junho de 2018
O tempo urge
Ao rosto acrescentou-lhe o sorriso,
quase esquecido, arranjou os cabelos, vestiu-se de leveza e caminhou com os
sapatos de tacão fino, arredondando a anca, pisando o solo como se flutuasse.
Na incerteza, não sabendo que
caminho o outro escolhera, decidiu partir procurando um outro lugar e outras
gentes, para encontrar na diferença a calma necessária, para traçar novos rumos,
novas experiências e encontrar respostas, aos passos dados, às emoções. Manteve
a porta escancarada tempo suficiente para que ele entrasse retomando o seu
lugar, ao não fazê-lo, assumiu a sua confissão de desistência, passando uma
esponja de tinta invisível sobre que existira. Da sua parte abandonaria a casa de
ambos, fechando as portas e tomando rumo em direcção ao horizonte desconhecido.
Há situações que pedem tempo para madurar, entender e perceber, mas após isso, não se pode ficar na eterna esperança, fechando-se à possibilidade e oportunidade de algo de bom que possa surgir. Carpe diem
Há situações que pedem tempo para madurar, entender e perceber, mas após isso, não se pode ficar na eterna esperança, fechando-se à possibilidade e oportunidade de algo de bom que possa surgir. Carpe diem
dc
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terça-feira, 12 de junho de 2018
Fragmentos
Só lhe conhece o sorriso, nada
sabe da tristeza que o fez sumir.
Os olhos brilham como se tivessem mais para dizer. Segundo parece, foi um sorriso emprestado num momento agradável. Agora, só existe um retrato que esconde a desilusão, e um certo vazio para lá do visível, numa espera que não sabe de quê.
As lágrimas foram embora, levadas pela noite que findou um dia atípico. Amanheceu o novo dia. Meio aturdida ainda pelo sono, que lhe anestesiou os sentidos, sente um resíduo de sonho que não sabe definir. A mensagem no telemóvel alerta-a para sorrir. Está certo, fá-lo-á mesmo que se revire por dentro, com a certeza de que a figura meio tonta que fará, a divertirá, e tudo será melhor sem o peso da penumbra que passeia pelo meu pensamento.
Os olhos brilham como se tivessem mais para dizer. Segundo parece, foi um sorriso emprestado num momento agradável. Agora, só existe um retrato que esconde a desilusão, e um certo vazio para lá do visível, numa espera que não sabe de quê.
As lágrimas foram embora, levadas pela noite que findou um dia atípico. Amanheceu o novo dia. Meio aturdida ainda pelo sono, que lhe anestesiou os sentidos, sente um resíduo de sonho que não sabe definir. A mensagem no telemóvel alerta-a para sorrir. Está certo, fá-lo-á mesmo que se revire por dentro, com a certeza de que a figura meio tonta que fará, a divertirá, e tudo será melhor sem o peso da penumbra que passeia pelo meu pensamento.
dc
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sábado, 9 de junho de 2018
Encontro inesperado
Estava sentado na esplanada
da praça, quando a viu do lado oposto ao seu, aconchegada a ele beijando-o. À distância,
era impossível que ela o pudesse ver, daí o registar, à vontade, o que via. Muitos
meses tinham decorrido desde a última vez que se viram e falaram, e outros
tantos necessários de adaptação à sua ausência, no seu quotidiano. Sentiu o ciúme
normal nestas situações, manifestado pela saudade de momentos semelhantes de
outrora. A imagem tinha os mesmos elementos visuais, igual expressividade,
conforme registo em seu arquivo. Tudo corre como tem de correr, não se consegue
alterar, enquanto a vontade for de um só. Aquela cena funcionava em gesto mímico
levado à mente, uma espécie de registo digital com os “píxeis” necessários para
ficar visível com a mesma qualidade do arquivo na memória. Quando ocorrem estes
encontros inesperados, pensamos, e repisamos, procurando encontrar as razões
para nossa incapacidade de conseguir pensar com o coração e sentir com o
cérebro, tornando perenes os sentimentos, que um dia, nos trouxeram o brilho da
alegria aos olhos e o prazer de viver.
dc
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