Desfiz as malas, pouco tempo após chegar a casa.
Olhei, o espaço, retomei os lugares, arrumei o que havia para arrumar e
pus a lavar o que havia para lavar.
Seguiu-se um banho relaxante, enquanto o livre pensamento desfilava sobre
o modo como corre a vida, abstraindo-me de entrar a pés juntos nas rotinas.
Tento fazer um esforço para procurar descobrir, que sintonias encontrar,
que intuições saem de mim, para seguir com o pós férias. Cansa a repetição
insuportável, que estabelece que as férias existem, para sossegar do trabalho,
e que este serve para suportar as férias que sempre gozávamos. Cansa a ausência
de energia, para trazer a paz necessária, para abandonar tudo, encontrar o voo
certo, para derrubar, todas as regras absurdas que a sociedade nos impõe como
único caminho para sermos gente. A natureza ensina muito com o seu
desenvolvimento, como reage à interferência dos humanos, com a sua
evolução ou paragem, regeneração e morte.
Se a energia domina a constituição do nosso corpo, como nos deixamos dominar
pela imposição de estruturas contra-natura?
dc