quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Será preciso dizer mais????


Até para cair é preciso aprender

Não há necessidade de inventar, para pôr fim, ao que não queremos. Temos é que saber bem o que queremos e avançar. O cansaços, a falta de tempo, a vida, enfim… são palavras gastas, que já não disfarçam o que se sente efectivamente.
A vida de todos nós, em especial dos mais desfavorecidos, é dura e difícil com constantes retrocessos e avanços. Necessário é, ter força física e mental para superar todos as dificuldades que se nos deparam sem medo de perder. Perde-se mais quando não se arrisca. Perdemos de várias maneiras. A confiança em nós próprios, e o benefício que usufruiríamos por ter tentado. O permitir avaliarmos as nossas capacidades para enfrentar o êxito, ou o erro. Não ficarmos amarrados ao que temos.
Quantas vezes, em consciência, sabemos que o que fazemos deveria ser feito de outro modo, e acabamos por fazer errado com medo de magoar, de dizer a verdade, de sermos leais para com aqueles de quem somos amigos, maridos, pais, ou filhos.
Nem sempre dizer a verdade é fácil, e por vezes é necessário certa subtileza, para que ela não seja cruel, ou até cínica a forma como a expressamos, mas acima de tudo o importante é que ela seja dita. Manter a ambiguidade, com medo de dizer, ou perder o que se tem, transforma tudo numa monstruosa mentira que cada vez se vai avolumando e mais difícil de sarar.
Não raras vezes, os pais poupam os filhos, a enfrentarem as dificuldades económicas com que têm que lidar para sustentar a família; são muitas vezes excessivamente benévolos em relação aos horários a cumprir para com a família e seus valores; não lhes dão as tarefas essenciais da gestão de vida familiar, protegendo-os estupidamente, em vez de os ajudar a crescer.
Até para cair é preciso aprender. Esfolar os joelhos, sentir o chão duro das dificuldades, abre-nos a mente na procura de encontrar um antídoto para dor, ou o modo de evitar a queda violenta, aprendendo a cair e a sobreviver. Muitas vezes quando se diz a alguém que dar uma pistola de brincar a uma criança é incitá-la à violência, logo nos respondem, que eles têm de se habituar a ver e não se deve evitar. No entanto se dissermos que é necessário ensinar as crianças, ou jovens a serem disciplinados, respeitar a liberdade e os valores dos outros, a perceberem as dificuldades da vida, logo vem o espírito de protecção ao de cima, dizendo que eles têm muito tempo para aprender.
Hoje os jovens têm muito mais de tudo, que alguma vez seus pais tiveram e é necessário fazer-lhes sentir isso. Por respeito a nós próprios e por respeito para com eles preparando-os para um mundo difícil, corrupto, cheio de compadrios, onde o acesso ao trabalho, a uma carreira profissional, uma vida social, económica, cultural, no fim a uma vida com dignidade, exigem formação e valores humanos sólidos.
As emoções e a racionalidade têm de andar de mão dada, pesando as decisões e ajudando a encontrar as melhores soluções em cada momento.
Temos deixar de nos isolar, e nos deixarmos subverter pela propaganda, que nos fazem crer, de que na sociedade actual, existe uma democracia e que os direitos são todos iguais. Os direitos são de facto mais iguais para uns do que para outros, e se não nos cuidarmos vemos os nossos esforços de criar cidadãos de qualidade gorados.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

"O ALGODÃO NÃO ENGANA" amarelos.. são sempre amarelos


Aí estão os “amarelos” da UGT. Criados no tempo do soarismo, para dividir os trabalhadores. Associaram-se sempre a todos os desmandos que os últimos governos têm usado, dando-lhes o aval. Por muitas maquilhagens que usem, colando-se por vezes a iniciativas da CGTP, não deixam de ser uns traidores dos interesses dos trabalhadores ao serviço do patronato e do poder do capital.
Aprovar qualquer das medidas de concertação social com o actual governo e patrões, na conjuntura actual, é uma traição sem nome. Toda a Europa se revolta, era preciso que o pais cobaia, Portugal, com a sua central de traição, desse uma ajudinha, para dar apoio às políticas, dos que em nome da crise, espoliam os bolsos dos que trabalham. 
O sindicalista da CGTP Arménio Carlos considerou, esta terça-feira, hoje que o acordo alcançado de madrugada entre o Governo e os parceiros sociais é um regresso ao "feudalismo" e vai fazer "aumentar a exploração, a desigualdade e a pobreza".

"Este acordo é um bom acordo para o grande patronato e um péssimo acordo para os trabalhadores porque é um documento que põe o Estado ao serviço das empresas, que visa fragilizar a segurança social, que aponta para uma redução do rendimento do trabalho e dos trabalhadores", disse Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP. “
http://www.destakes.com/redir/92e651dc3e3598cf3292fb524133c292

domingo, 15 de janeiro de 2012

A FENDA

Ambos viviam uma relação próxima. Sempre foram amigos coloridos. Desde tempos imemoriais, que se descobriram e foram importantes na construção de um mundo melhor. A intimidade era obrigatória e a dependência em termos práticos era bastante grande. Mais ela do que ele. Ele era um pouco, “Pau para toda a colher”. Na realidade, dizia ele, era a sua funcionalidade, daí prestar assistência, a múltiplas almas, das mais variadas aplicações. Era muito macho e o seu corpo excessivamente fálico variava de volume, tendo em conta as exigências a que tinha de ser submetido.
Não era um giglô, era sim um amigão capaz e disponível, para que nada lhes faltasse, e, para que elas próprias sentissem que a satisfação do seu ego seria posta no tope das exigências, fazendo-as felizes e úteis. Ao contrário dele, elas mais estáveis, podiam permanecer tempos infinitos no mesmo lugar, sem se preocuparem, nem com as relações exteriores a que ele se debutava, nem a sair do seu espaço. Embora por vezes o fizessem, por razões não propriamente pessoais, mas simplesmente para ajudar. E aí, ele voltava, e as satisfazia novamente com todo o seu potencial e vigor. Seria possivelmente, a única relação de amor funcional, jamais vista.

Ela não tinha um corpo especial, como todas as do seu género. O importante era estar de acordo com as intenções que ambos serviam, e para as quais se sentiam devidamente habilitados. Tinha carnes rijas, e não seria o seu uso, ou o passar dos anos, que a iriam debilitar. Ela era forjada de material de primeira não fosse o diabo tecê-las e na primeira arremetida, se deixar quebrar ou ceder. Mentalmente estava preparada para o tipo de amor que a sociedade escolhera para si. Orgulhosa da qualidade com que a mimaram, desde que nascera, sentia-se mais do que protegida para todas as intempéries.

A verdade é que aqui nesta relação comummente aceite, não havia nem ciúme, nem machismo, era amor puro e duro. Sem controlo de chegada, ou partida, nem desconfianças que abalassem a relação. Embora sem filhos para dar continuidade ao seu amor, sempre se entenderem e contribuíram para que o mundo fosse melhor e evoluísse.

Pode-se por isso pensar, que o amor, ou a forma como se ama, tem muitas nuances e nem sempre o que está estabelecido como regra serve, de igual modo, para o bem estar.


Sempre que comprar um a caixa de parafusos, pense sempre, na necessidade de comprar uma “Chave de parafusos” adequada à cabeça do parafuso, e à necessidade do que está indicado
para fenda para que não seja facilmente estragada e que cumpra a sua função.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

12 MITOS DO CAPITALISMO

Com a devida vénia do site, odiário.info e ao autor do artigo, publico o texto em anexo.

NÃO DEIXEM DE LER, POIS É MUITO ESCLARECEDOR


Guilherme Alves Coelho - 07.Jan.12

Um comentário amargo, e frequente após os períodos eleitorais, é o de que “cada povo tem o governo que merece”. Trata-se de uma crítica errónea, que pode levar ao conformismo e à inércia e castiga os menos culpados. Não existem maus povos. Existem povos iletrados, mal informados, enganados, manipulados, iludidos por máquinas de propaganda que os atemorizam e lhes condicionam o pensamento. Todos os povos merecem sempre governos melhores.

   A mentira e a manipulação são hoje armas de opressão e destruição maciça, tão eficazes e importantes como as armas de guerra tradicionais. Em muitas ocasiões são complementares destas. Tanto servem para ganhar eleições como para invadir e destruir países insubmissos.
   São muitos e variados os tipos e meios de manipulação em que a ideologia capitalista se foi alicerçando ao longo do tempo. Um dos tipos mais importantes são os mitos. Trata-se de um conjunto de falsas verdades, mera propaganda que, repetidas à exaustão, acriticamente, ao longo de gerações, se tornam verdades insofismáveis aos olhos de muitos. Foram criadas para apresentar o capitalismo de forma credível perante as massas e obter o seu apoio ou passividade. Os seus veículos mais importantes são a informação mediática, a educação escolar, as tradições familiares, a doutrina das igrejas, etc. (*)
   Apresentam-se neste texto, sucintamente, alguns dos mitos mais comuns da mitologia capitalista.


>| No capitalismo qualquer pessoa pode enriquecer à custa do seu trabalho.


Pretende-se fazer crer que o regime capitalista conduz automaticamente qualquer pessoa a ser rica desde que se esforce muito.
   O objectivo oculto é obter o apoio acrítico dos trabalhadores no sistema e a sua submissão, na esperança ilusória e culpabilizante em caso de fracasso, de um dia virem a ser também, patrões de sucesso.
   Na verdade, a probabilidade de sucesso no sistema capitalista para o cidadão comum é igual à de lhe sair a lotaria. O “sucesso capitalista” é, com raras excepções, fruto da manipulação e falta de escrúpulos dos que dispõem de mais poder e influência. As fortunas em geral derivam directamente de formas fraudulentas de actuação.
   Este mito de que o sucesso é fruto de uma mistura de trabalho afincado, alguma sorte, uma boa dose de fé e depende apenas da capacidade empreendedora e competitiva de cada um, é um dos mitos que tem levado mais gente a acreditar no sistema e a apoiá-lo.   
   Mas também, após as tentativas falhadas, a resignarem-se pelo aparente falhanço pessoal e a esconderem a sua credulidade na indiferença. Trata-se dos tão apregoados empreendedorismo e competitividade.

>| O capitalismo gera riqueza e bem-estar para todos


Pretende-se fazer crer que a fórmula capitalista de acumulação de riqueza por uma minoria dará lugar, mais tarde ou mais cedo, à redistribuição da mesma.
    O objectivo é permitir que os patrões acumulem indefinidamente sem serem questionados sobre a forma como o fizeram, nomeadamente sobre a exploração dos trabalhadores. Ao mesmo tempo mantêm nestes a esperança de mais tarde serem recompensados pelo seu esforço e dedicação.
    Na verdade, já Marx tinha concluído nos seus estudos que o objectivo final do capitalismo não é a distribuição da riqueza mas a sua acumulação e concentração. O agravamento das diferenças entre ricos e pobres nas últimas décadas, nomeadamente após o neo-liberalismo, provou isso claramente.
   Este mito foi um dos mais difundidos durante a fase de “bem-estar social” pós guerra, para superar os estados socialistas. Com a queda do émulo soviético, o capitalismo deixou também cair a máscara e perdeu credibilidade.


>| Estamos todos no mesmo barco.


Pretende-se fazer crer que não há classes na sociedade, pelo que as responsabilidades pelos fracassos e crises são igualmente atribuídas a todos e portanto pagas por todos.
   O objectivo é criar um complexo de culpa junto dos trabalhadores que permita aos capitalistas arrecadar os lucros enquanto distribui as despesas por todo o povo.
   Na verdade, o pequeno numero de multimilionários, porque detém o poder, é sempre auto-beneficiado em relação à imensa maioria do povo, quer em impostos, quer em tráfico de influências, quer na especulação financeira, quer em off-shores, quer na corrupção e nepotismo, etc. Esse núcleo, que constitui a classe dominante, pretende assim escamotear que é o único e exclusivo responsável para situação de penúria dos povos e que deve pagar por isso.
   Este é um dos mitos mais ideológicos do capitalismo ao negar a existência de classes.

>| Liberdade é igual a capitalismo.


Pretende-se fazer crer que a verdadeira liberdade só se atinge com o capitalismo, através da chamada auto-regulação proporcionada pelo mercado.
   O objectivo é tornar o capitalismo uma espécie de religião em que tudo se organiza em seu redor e assim afastar os povos das grandes decisões macro-económicas, indiscutíveis.  
   A liberdade de negociar sem peias seria o máximo da liberdade.
   Na verdade, sabe-se que as estratégias político económicas, muitas delas planeadas com grande antecipação, são quase sempre tomadas por um pequeno número de pessoas poderosas, à revelia dos povos e dos poderes instituídos, a quem ditam as suas orientações. Nessas reuniões, em cimeiras restritas e mesmo secretas, são definidas as grandes decisões financeiras e económicas conjunturais ou estratégicas de longo prazo.   
   Todas, ou quase todas essas resoluções, são fruto de negociações e acordos mais ou menos secretos entre os maiores empresas e multinacionais mundiais. O mercado é pois manipulado e não auto-regulado. A liberdade plena no capitalismo existe de facto, mas apenas para os ricos e poderosos.
   Este mito tem sido utilizado pelos dirigentes capitalistas para justificar, por exemplo, intervenções em outros países não submissos ao capitalismo, argumentando não haver neles liberdade, porque há regras.

>| Capitalismo igual a democracia.

 
Pretende-se fazer crer que apenas no capitalismo há democracia.
   O objectivo deste mito, que é complementar do anterior, é impedir a discussão de outros modelos de sociedade, afirmando não haver alternativas a esse modelo e todos os outros serem ditaduras. Trata-se mais uma vez da apropriação pelo capitalismo, falseando-lhes o sentido, de conceitos caros aos povos, tais como liberdade e democracia.
   Na realidade, estando a sociedade dividida em classes, a classe mais rica, embora seja ultra minoritária, domina sobre todas as outras. Trata-se da negação da democracia que, por definição, é o governo do povo, logo da maioria. Esta “democracia” não passa pois de uma ditadura disfarçada. As “reformas democráticas” não são mais que retrocessos, reacções ao progresso. Daí deriva o termo reaccionário, o que anda para trás.
   Tal como o anterior este mito também serve de pretexto para criticar e atacar os regimes de países não capitalistas.

>| Eleições igual a Democracia.

 

Pretende-se fazer crer que o acto eleitoral é o sinonimo da democracia e esta se esgota nele.
   O objectivo é denegrir ou diabolizar e impedir a discussão de outros sistemas politico-eleitorais em que os dirigentes são estabelecidos por formas diversas das eleições burguesas, como por exemplo pela idade, experiencia, aceitação popular, etc.
   Na verdade é no sistema capitalista, que tudo manipula e corrompe, que o voto é condicionado e as eleições são actos meramente formais. O simples facto da classe burguesa minoritária vencer sempre as eleições demonstra o seu carácter não representativo.
   O mito de que, onde há eleições há democracia, é um dos mais enraizados, mesmo em algumas forças de esquerda.

>| Partidos alternantes igual a alternativos.


Pretende-se fazer crer que os partidos burgueses que se alternam periodicamente no poder têm políticas alternativas.
   O objectivo deste mito é perpetuar o sistema dentro dos limites da classe dominante, alimentando o mito de que a democracia está reduzida ao acto eleitoral.
  Na verdade este aparente sistema pluri ou bi-partidário é um sistema mono-partidário. Duas ou mais facções da mesma organização política, partilhando políticas capitalistas idênticas e complementares, alternam-se no poder, simulando partidos independentes, com políticas alternativas. O que é dado escolher aos povos não é o sistema que é sempre o capitalismo, mas apenas os agentes partidários que estão de turno como seus guardiões e continuadores.
   O mito de que os partidos burgueses têm politicas independentes da classe dominante, chegando até a ser opostas, é um dos mais propagandeados e importantes para manter o sistema a funcionar.

>| O eleito representa o povo e por isso pode decidir tudo por ele.


Pretende-se fazer crer que o político, uma vez eleito, adquire plenos poderes e pode governar como quiser.
  O objectivo deste mito é iludir o povo com promessas vãs e escamotear as verdadeiras medidas que serão levadas à prática.
   Na verdade, uma vez no poder, o eleito auto-assume novos poderes. Não cumpre o que prometeu e, o que é ainda mais grave, põe em prática medidas não enunciadas antes, muitas vezes em sentido oposto e até inconstitucionais. Frequentemente são eleitos por minorias de votantes. A meio dos mandatos já atingiram índices de popularidade mínimos. Nestes casos de ausência ou perda progressiva de representatividade, o sistema não contempla quaisquer formas constitucionais de destituição. Esta perda de representatividade é uma das razões que impede as “democracias” capitalistas de serem verdadeiras democracias, tornando-se ditaduras disfarçadas.
  A prática sistemática deste processo de falsificação da democracia tornou este mito um dos mais desacreditados, sendo uma das causas principais da crescente abstenção eleitoral.


>| Não há alternativas à política capitalista.


Pretende-se fazer crer que o capitalismo, embora não sendo perfeito, é o único regime politico/económico possível e portanto o mais adequado.
   O objectivo é impedir que outros sistemas sejam conhecidos e comparados, usando todos os meios, incluindo a força, para afastar a competição.
   Na realidade existem outros sistemas politico económicos, sendo o mais conhecido o socialismo cientifico. Mesmo dentro do capitalismo há modalidades que vão desde o actual neo-liberalismo aos reformistas do “socialismo democrático” ou social-democrata.
   Este mito faz parte da tentativa de intimidação dos povos de impedir a discussão de alternativas ao capitalismo, a que se convencionou chamar o pensamento único.


>| A austeridade gera riqueza


Pretende-se fazer crer que a culpa das crises económicas é originada pelo excesso de regalias dos trabalhadores. Se estas forem retiradas, o Estado poupa e o país enriquece.
   O objectivo é fundamentalmente transferir para o sector publico, para o povo em geral e para os trabalhadores a responsabilidade do pagamento das dividas dos capitalistas. Fazer o povo aceitar a pilhagem dos seus bens na crença de que dias melhores virão mais tarde. Destina-se também a facilitar a privatização dos bens públicos, “emagrecendo” o Estado, logo “poupando”, sem referir que esses sectores eram os mais rentáveis do Estado, cujos lucros futuros se perdem desta forma.
   Na verdade, constata-se que estas politicas conduzem, ano após ano, a uma empobrecimento das receitas do Estado e a uma diminuição das regalias, direitos e do nível de vida dos povos, que antes estavam assegurados por elas.


>| Menos Estado, melhor Estado.


Pretende-se fazer crer que o sector privado administra melhor o Estado que o sector público.
   O objectivo dos capitalistas é, “dourar a pílula” para facilitar a apropriação do património, das funções e dos bens rentáveis dos estados. É complementar do anterior.
   Na verdade o que acontece em geral é o contrário: os serviços públicos privatizados não só se tornam piores, como as tributações e as prestações são agravadas. O balanço dos resultados dos serviços prestados após passarem a privados é quase sempre pior que o anterior. Na óptica capitalista a prestação de serviços públicos não passa de mera oportunidade de negócio. Neste mito é um dos mais “ideológicos” do capitalismo neoliberal. Nele está subjacente a filosofia de que quem deve governar são os privados e o Estado apenas dá apoio.


>| A actual crise é passageira e será resolvida para o bem dos povos.


Pretende-se fazer crer que a actual crise económico-financeira é mais uma crise cíclica habitual do capitalismo e não uma crise sistémica ou final.

O objectivo dos capitalistas, com destaque para os financeiros, é continuarem a pilhagem dos Estados e a exploração dos povos enquanto puderem. Tem servido ainda para alguns políticos se manterem no poder, alimentando a esperança junto dos povos de que melhores dias virão se continuarem a votar neles.
   Na verdade, tal como previu Marx, do que se trata é da crise final do sistema capitalista, com o crescente aumento da contradição entre o carácter social da produção e o lucro privado até se tornar insolúvel.
  Alguns, entre os quais os “socialistas” e sociais-democratas, que afirmam poder manter o capitalismo, embora de forma mitigada, afirmam que a crise deriva apenas de erros dos políticos, da ganância dos banqueiros e especuladores ou da falta de ideias dos dirigentes ou mecanismos que ainda falta resolver. No entanto, aquilo a que assistimos é ao agravamento permanente do nível de vida dos povos sem que esteja à vista qualquer esperança de melhoria. Dentro do sistema capitalista já nada mais há a esperar de bom.


Nota final:


O capitalismo há-de acabar, mas só por si tal decorrerá muito lentamente e com imensos sacrifícios dos povos. Terá que ser empurrado. Devem ser combatidas as ilusões, quer daqueles que julgam o capitalismo reformável, quer daqueles que acham que quanto pior melhor, para o capitalismo cairá de podre, O capitalismo tudo fará para vender cara a derrota. Por isso quanto mais rápido os povos se libertarem desse sistema injusto e cruel mais sacrifícios inúteis se poderão evitar.
   Hoje, mais do que nunca, é necessário criar barreiras ao assalto final da barbárie capitalista, e inverter a situação, quer apresentando claramente outras soluções politicas, quer combatendo o obscurantismo pelo esclarecimento, quer mobilizando e organizando os povos.

(*) Os mitos criados pelas religiões cristãs têm muito peso no pensamento único capitalista e são avidamente apropriados por ele para facilitar a aceitação do sistema pelos mais crédulos. Exemplos: “A pobreza é uma situação passageira da vida terrena”. “Sempre houve ricos e pobres”. “O rico será castigado no juízo final”. “Deve-se aguentar o sofrimento sem revolta para mais tarde ser recompensado.”

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A QUE DISTÂNCIA ESTÁS DO MEU MAR...

 
A que distância estás do meu mar, para que eu tema que te percas na ilha deserta onde te refugias.
O teu falar é mais pesado que o silêncio. Saem as frases divididas por paragens prolongadas. Escutas o vazio. Divagas, sem ênfase.
Em que lugar, geográfico de ti, sou presente e qual a dimensão?
Tornas-te um sonho difícil de alcançar, semeias distância, maior que o espaço entre as cidades, vais gelando o amor com o silêncio. Não há regras, sendo a regra não as haver. Oscilas, entre o nada e o coisa nenhuma, como se tivesses receio de evidenciar a tua verdadeira pele.
Não ter medo de perder, talvez, seja reflexo de nunca teres tido... tempo... vontade... amor...
Somos surpresa, para quem nos quer, por espanto de existir, pela diferença entre os comuns. No entanto a diferença pode ser fracasso, pode ser um presente, sem futuro, talvez.... sim talvez... necessária a serenidade...

Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.

Vem, serenidade!
faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.

Raul de Carvalho
 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

História de uma morte anunciada



Texto escrito a 31/12/11 - Matosinhos
Rui Huet Viana Jorge

                                    A MORTE DO EURO
Numa sexta-feira qualquer do ano de 2012, o Sr. Primeiro Ministro virá á hora do telejornal, anunciar a saída do euro.

A partir desse momento, estarão encerrados todos os bancos, e ATM(s). O Nosso 1º Ministro anunciará para os próximos dias o valor de conversão do euro em escudos; Ninguém julgue que vai receber 200$ por cada euro; o cambio será o que o governo e o Banco de Portugal entenderem mais favorável para pagar a dívida soberana.
Um número que me assalta, é 1€ = 100$. Vai ser mais fácil para os portugueses fazerem as contas, e 50% da dívida ficará logo saldada.
Passará a ser proibido atravessar a fronteira com euros. Possivelmente as fronteiras serão fechadas alguns dias para melhor controlo, muito embora os amiguinhos do costume (banqueiros governantes e seus próximos) sejam avisados com a devida antecedência.
O sistema financeiro será todo nacionalizado, para melhor controlo. A taxa de cambio entre euros e escudos, terá a responsabilidade política do governo, e a responsabilidade monetarista do Banco de Portugal. Como de costume a responsabilidade partilhada vai servir para acusações mútuas, e fuga ás responsabilidades.
Voltarão as quotas/tarifas ás importações.
O banco de Portugal passa a ter o poder de emitir moeda, jogando com a inflação e a desvalorização da moeda conforme as conveniências.
Depois do Banco de Portugal carimbar(marcar) todas as notas de euros, para poderem circular novamente, o que no mínimo demorará uns dias largos, embora possa ir libertando dinheiro marcado ao fim de 2 a 3 dias, todos os portugueses sentirão verdadeiramente o que se está a passar;
Façam as contas: ou ganham metade ou todos os produtos custam o dobro;
Em termos e economia caseira é igual.
Um pequeno exemplo: pegar no automóvel e atravessar a fronteira para ir a um simples almoço, passa a ser uma operação delicada a pedir orçamento prévio.
Quanto tempo iremos demorar a recuperar????
Se imaginarmos o país tal como ele é, se continuar a ser, teremos uma economia atrasada, débil, e seremos eternamente assim.....
Uma das saídas mais provável para a sobrevivência de muitos de nós, será a agricultura, que por falta de meios financeiros irá ser na maioria dos casos, uma agricultura de sobrevivência.
Possivelmente por isso é que o fado passou a ser património imaterial da humanidade.