Um beijo com sal.
Apetecido,
Sem mal,
Ou pecado.
Sentido,
Erotizado,
Vivido.
Um beijo desejado.
Mais do que lábios
Colados, ou línguas tocadas,
Foram almas encontradas
em mares desgovernados.
E viveram para sempre
Com o sabor da descoberta.
Aquele beijo...
Fora a coisa mais certa.
DC
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
UM BEIJO COM SAL
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
SONHO, SONHANDO-TE
Como é difícil te esquecer,
Se te sonho todas as noites
E me confundo na realidade do dia.
Sonho-te nos meus braços,
Sonho-te sentido o sabor dos teus beijos,
Sonho-te sendo eu alimento de teus desejos,
Sonho-te,
Sonhando na verdade,
Voltar a encontrar-te na minha realidade.
DC
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
SEI QUE NÃO TE NAMORO
Sei que não te namoro,
mas gostaria de o fazer,
por isso, todos os dias elaboro
planos, para me cruzar no teu caminho
e assim te poder ver.
Olho teus olhos de água,
tentando dizer o quanto te gosto,
esperando a resposta
num sorriso moldando teu rosto.
Quando sinto que em mim reparas,
olhando-me de soslaio,
meu coração bate com tamanha
força, que quase desmaio.
Fico sempre com a esperança,
em cada dia que te vejo,
que quem espera sempre alcança,
e um dia responderás ao meu beijo.
DC
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
APRENDE-SE COM ESTÓRIAS
Por vezes, as palavras escritas, ou faladas, não suficientes, para queUm amigo dizia-me há alguns dias, "as pessoas aprendem e escutam mais facilmente quando lhes apresentamos exemplos". Achei interessante publicar a pequena estória, que abaixo se apresenta, que responde a muitas interrogações e interpretações que por aí se dizem, ou escrevem.
as pessoas entendam, que é necessário estar atento aos que
gostamos e valorizar o seu amor.
DC
"Conta-se que uma bela princesa andava à procura de consorte. Aristocratas e endinheirados senhores tinham chegado de todas as partes para oferecer os seus maravilhosos presentes. Jóias, terras, exércitos e tronos constituíam os dotes para conquistar tão especial criatura. Entre os candidatos, encontrava-se um jovem plebeu que não tinha outra riqueza que não fosse o amor e a perseverança. Quando chegou o seu momento de falar, disse: "Princesa, amei-te toda a minha vida. Como sou um homem pobre e não tenho tesouros para te dar, ofereço-te o meu sacrifício como prova de amor... Estarei 100 dias sentado debaixo da tua janela, sem outro alimento para além da chuva e sem mais roupa que a que trago vestida... É esse o meu dote." A princesa, comovida com tal manifestação de amor, decidiu aceitar: "Terás a tua oportunidade: se passares a prova, casarás comigo." Assim se passaram as horas e os dias. O pretendente sentou-se, suportando os ventos, a neve e as noites geladas. Sem pestanejar,com o olhar fixo na varanda da sua amada, o corajoso vasalo continuou firme no seu empenho, sem vacilar um momento sequer. De vez em quando, a cortina da janela real deixava transparecer a esbelta figura da princesa, a qual, com um nobre gesto e um sorriso, aprovava os esforços dele. Tudo corria às mil maravilhas. Alguns optmistas até já tinham começado a planear os festejos. Ao chegar o 99º dia, os habitantes da região tinham ido animar o futuro monarca. Tudo era alegria e festa, até que, de repente, quando faltava uma hora para o cumprir do prazo, perante o olhar atónito dos assistentes e a perplexidade da infanta, o jovem levantou-se e, sem dar explicação alguma, afastou-se lentamente do lugar. Umas semanas depois, enquanto deambulava por um caminho solitário, um menino da região alcançou-o e perguntou-lhe atrevidamente: "Que aconteceu? Estavas a um passo de atingir o objectivo... Porque perdeste esta oportunidade? Porque te retiraste?" Com profunda consternação e algumas lágrimas mal dissimuladas, ele respondeu em voz baixa: "Não me aliviou nem um dia do sofrimento... Nem uma hora sequer... Não merecia o meu amor..."
Extraído do livro Amar ou depender. Walter Riso
“Qualquer que seja a relação no casal não o merece quem não o ama, e menos quem o magoa. E se alguém o fere reiteradamente sem "má intenção", talvez essa pessoa o mereça, mas não lhe convém”
Amar ou depender. Walter Riso
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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
DUAS BOFETADAS NO TEMPO
Dei duas bofetadas no tempo,
desacreditei-o e tirei-lhe as memórias.
Descomprometi-o das minhas histórias.
Tirei-lhe a razão de ser
quando lhe troquei as voltas.
Coloquei-o nos antípodas,
passei-o por vários quadrantes,
deixei-o perdido em lugares distantes.
Assim, nem partida nem chegada,
Nem passado, ou futuro
e muito menos presente,
somente, um muro indiferente.
DC
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domingo, 9 de fevereiro de 2014
Sinto falta de um caldo quente de atenção
O frio, chuva e humidade pairam no ar, o vento fustiga as janelas fortemente, são três horas da madrugada de quarta-feira, A intempérie acordou-me, preocupado acorro à sala, as gotas acumulam-se no tecto e a qualquer momento a água pode entrar. Este inverno tem sido um inferno, enquanto o problema do telhado não se resolver as noites vão ser sempre assim.
A gripe tomou-me, dores de garganta, tosse, expectoração, antibiótico, e comprimidos para as dores de cabeça, tudo contribui para que se prolongue o inferno. Os pesadelos são muitos, o sono intermitente, por vezes, o acordar corresponde a dez minutos de tossiqueira, depois, novamente sono e pesadelos...
Sinto a falta de um beijo na face, dum abraço apertado, de um caldo quente de atenção, a falta o mimo que nestas alturas é tão importante como os medicamentos. O tempo passa, sentimo-nos frágeis como crianças nos seus primeiros passos.
As horas decorrem, e o dia surge e nada melhora em relação à noite, o cenário de inferno se mantém. Nos momentos de maior lucidez, me assalta à mente, a necessidade de ir à rua ver sol, ouvir os pássaros, ver, imagine-se, gente, pessoas, isso pessoas, como se estivéssemos afastados do mundo há séculos.
Os amigos escasseiam, perdidos na sua própria vida, vão-se afastando com os múltiplos afazeres, até ao dia, que se divorciam, ou tem problemas que precisam da nossa ajuda. Aí aparecem novamente chorosos, ou desgastados, pedindo um ombro onde encostar a cabeça, e um ouvido que ouça as sua lamentações que nesse momento são as mais importantes do mundo. Na verdade a amizade é um pouco isso, se fosse uma namorada ou esposa não aturávamos tanto.
Já te disse? Acho que sim, Faltas-me tu, que preenchias os meus sonhos e a minha realidade, Não estás aqui para mim, não pelo teu corpo, mas pela tua ternura, a tua voz, aquele tal abraço, o aconchego da roupa. A tua presença, no meu chá em que me lembras do comprimido a tomar. Como quando estiveste doente, e eu desesperava com medo que algo de mau acontecesse, e te mimava. Foram vinte e quatro horas de dúvidas e dores, Começou com dor, que se foi amenizado com doses de amor, carícias múltiplas, mimos e atenção sem par nos “entretantos” e depois o relaxar com o novo dia nascendo na alegria.
Hoje não será assim, ao levantar-me encontrarei o vazio, o silêncio, e não haverá remédio, que me tire os pesadelos e a inconstância que me perturba.
Nestes momentos menos bons, tudo nos ocorre e a ausência de quem amamos dói mais.
DC
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domingo, 2 de fevereiro de 2014
A TARDE...
.... se aproxima do fim. O frio, o vento e os aguaceiros, gelam os ossos. As nuvens carregadas aceleravam o surgir da noite. Saí de casa sem destino, e nem a intempérie me atemorizava. Fugia do silêncio, queria perder referências, encontrar espaço para meditar, fugir das rotinas, libertar-me. Peguei na minha pequena máquina fotográfica e saí.
Na maioria das vezes quando se caminha, com as preocupações carregando o espírito, os olhos procuram o chão, ou se de cabeça levantada, olhamos sem ver, não reparando nem no que nos rodeia, nem do passar do tempo. Fazendo isso, não meditamos nem encontramos respostas. Tentei contrariar isso, levantei a cabeça, e enquanto caminhava, olhando para tudo o que ia surgindo, Ruas, casas, carros, pessoas e as árvores que delimitavam alguns espaços, sem me fixar em nada, deixando tudo fluir. De repente, sem saber como, nem porquê, as árvores despidas com os seus galhos, de diversas formas e dimensões, como que braços e dedos apontando o céu, me iam prendendo o olhar. Fui fotografando, tentando deixar-me levar pelo que via, fixando as suas imagens.
A meditação acontecera, a minha mente perdera-se naquelas formas estranhas que se iam desenhando aos meus olhos, e enquanto focava, enquadrava e disparava, o tempo decorria, a mente ia ficando limpa e a serenidade voltava.
Algumas horas depois regressando ao ponto de partida, a sensação calma mantinha-se, certamente, por hoje, a noite seria mais serena, sem pesadelos, e as preocupações não me iriam perseguir.
DC
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Foto: Diamantino Carvalho
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