Mostrar mensagens com a etiqueta Foto.Internet. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Foto.Internet. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O QUE ARDE CURA

 

Os tecidos ardiam alimentando o fogo da lareira, desapareciam com eles as memórias, os cheiros, os significados. Nada existia que valesse a pena guardar, já não havia razões para existirem como lembrança, ou manter vivo o que nem como opção servia.

Tantas vezes ao abrir as gavetas, ou os armários que carregamos ao longo da vida, nos deparamos com “peças de roupa” cheias de estórias e nem sempre bem agradáveis.

A gravata, o casaco, o vestido, a camisa, o relógio, o colar, são objectos que trazem agarrados várias vivências e muitas delas boas, mas na hora da escolha, quando procuramos, sempre deparamos com aquelas que menos gostamos, ficamos de olhos vidrados e temporariamente perdidos ao fundo da gaveta.

Diz-se por aí, que devemos deitar fora, ou dar, as roupas que não usamos que é sinal de que afastamos os pensamentos negativos, confiando que o futuro nos irá trazer novas experiências e satisfará de novo os nosso desejos.

A pensarmos assim, talvez dar tenha o inconveniente de voltarmos a encontrar, ou ver nos outros o que recusamos seja vivido. Daí que o fogo lindo que na lareira arde, leva com ele a impossibilidade de que se repitam algumas das memórias desagradáveis, e que as boas não precisem de um elemento de referência, para serem reavivadas.

DC

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

TEXTOS ROUBADOS

 

Resolvi fazer uma montagem de textos de diversos autores, uns conhecidos outros anónimos, e ligá-los num texto único sobre o amor. São textos colados, alguns plagiados em parte, outros ligeiramente alterados. Valeu pelo exercício e por saber que há tantas pessoas que os usam em diferentes contextos, como se fossem de sua autoria.

Peço desculpa aos autores e espero que não me levem a mal, mas foi por uma boa causa.


"Não queria que fosses como os livros que enganam pela capa, mas que me surpreendesses pelo conteúdo, Tu sabes que a beleza só importa nos primeiros minutos, depois tem de se dar algo mais, a simplicidade é um tesouro para a alma. Não quero sejas perfeita porque se o fosses não serias real.
Eu sei que é importante para ti dizeres, ou escreveres, porque se não sufocas, até porque silêncio é um texto fácil de ser lido de forma errada, mas queria antes que me demonstrasses o teu amor, em vez de o gritares. Aquele amor mesmo, maduro, bonito, real, sereno, de verdade que não é montanha-russa, não é perseguição, não é telefone desligado na cara, não é duma noite, não é de espera. Um amor de chegada, de encontro, de dia e noite, de dormir de conchinha. Um amor que ao acordar faz um carinho de bom dia. Um amor de ajuda, de mãos dadas, conforto, apoio. E saco cheio, também. Porque de vez em quando o amor enche o saco. Tem rotina, tem manhã, tarde, noite, tem defeito, tem chatice, tem tempestade. Mas o céu sempre limpa. Porque o amor é puro como o azul do céu. Não se ama uma pessoa porque essa pessoa te dá o que tu precisa. Ama-se porque ela nos oferece sentimentos que nunca se imaginaram precisar. E tu sabes como eu penso sobre isso, se não me amam como mereço declara-me em “desobediência afectiva”, separo-me e nego-me a seguir; um bom amor é reciproco.
Às vezes é preciso bater com a cabeça na porta várias vezes...para se dar conta de que não é a porta que está no lugar errado mas sim nós. E isso eu não quero que aconteça."

Alguns dos autores são: Caio F. Abreu, Clarissa Correia, F. Montenegro, Igor Cury, Walter Riso e eu próprio.

sábado, 22 de novembro de 2014

ELES FALAM


Sob a cortina escura que os protegem eles vivem intensamente, procuram escondidos na sombra, não perder suas qualidades, estão camuflados profundos, uma forma de fechar o acesso ao coração, mantendo a distância.
Até porque eles falam mesmo sem soltar palavras e é preciso preservar os segredos.
Não raro, são rios de alegria ou de tempestade e frio.
Mexem-se activos quando motivados, ou contraídos, quando dentro de si pela dor são transformados.
Hás vezes ficam parados como que gelados, como se um véu os cobrissem.
Dizem deles coisas incríveis, Variam de dimensão, cor, sublinhados por traços que mais lembram o diabo, outras por delicadas linhas, quase minimais. São terreno fértil de poetas, e de todos os outros artistas, e por isso se diz, que trazem a alma à superfície de cada um, na verdade pouco neles se pode esconder, os olhos são o espelho da alma, é isso que querem dizer.

DC

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

As MEMÓRIAS






Antes demais, peço desculpa se me atrevo a falar de memórias, mas se as tenho e são muitas, talvez me seja permitido o arrojo de opinar sobre o assunto.

Eu sinto que há memórias nos ajudam a preservar coisas boas. Memórias saudáveis, que nos lembram os momentos agradáveis, que nos fazem rejuvenescer e às quais infelizmente não damos a devida importância usufruindo da própria experiência, nem da vantagem da sua utilização na interacção com os outros, tornando-nos mais felizes. Na maioria dos casos, como um fado, sobrevalorizamos e agarramo-nos às memórias menos boas, delas fazendo um filme com um guião paupérrimo, que nos impede de dar um passo em frente no verdadeiro filme que deveria ser a nossa vida e sua realidade. Memórias essas que nos tolhem e nos prendem aos factos acontecidos, nos quais chafurdamos com um prazer mórbido, como se numa ferida aberta fosse bom colocar sal e vinagre. Usamos essas memórias como suporte, ou justificação de comportamentos e emoções. Quase tiramos prazer do envolvimento dos outros nas nossas dores, surgindo perante eles com caretas de mau humor, olhos tristes, orelhas caídas, chorando o azar que nos tocou, a paixão que nos falhou, a incompreensão para o que nos aconteceu. Portamo-nos como seres “choninhas”, sem inteligência, como peças avariadas, Apresentamo-nos como únicos, como se aos outros, aquilo que sofremos e vivemos, nunca lhes tivesse acontecido, para justificar o quanto é difícil ultrapassar a dor, Com essa atitude fechamo-nos às experiências e memórias dos outros, e assim à possibilidade de encontrar mais facilmente caminhos e soluções. Na realidade muitas vezes apercebemo-nos quando confrontados com situações inesperadas, que nos afastam temporariamente desse choradinho, concluímos que afinal, há já muito tempo que aquilo que servia como auto-comiseração, tinha perdido o sentido e a carga que lhe deu origem, Na prática estávamo-nos a impedir de sarar e avançar em frente, trazíamos “a morte” às cavalitas.

Todas as memórias que possuímos, são um contributo importante de experiência, aprendizagem e ilações necessárias, como relato de uma experiência/referência na abordagem do presente, ou na necessidade de construir futuro.

DC

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Temos direito ao sonho



Temos direito ao sonho,
a realizar os desejos,
a distribuir abraços e beijos,
de ser ombro,
de ser parceiro,
companheiro,
amigo,
de ser humano,
ser alguém em primeiro.
Ser livre nas decisões,
na liberdade,
nas emoções,
sem escolha de tempo e espaço,
aproveitando ao segundo
até os momentos a sós,
como se no mundo,
só existíssemos nós.

É flagrante necessidade
aprender esta realidade,
para fugirmos ao "fado"
e à palavra saudade.

DC

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Oh.. LUAAaa



sobre as ruínas ...renasce a vida
Oh..surgiste tão depressa como breve desististe, como a lua que repete os seus ciclos, em formatos diferentes, só duras trinta dias?! És a Lua Nova quando te escondes dentro da carapaça; a Lua em Quarto Crescente quando do teu regresso nas tardes e te acompanha na diversão da noite; Adoras a Lua Cheia da fantasia, do lobisomem e dos namorados sem sono, e rejubilas com a Lua em Quarto Minguante, preparando o teu nascer do dia. Em teus ciclos deixas o comum de ti, o cheiro do teu corpo e do teu perfume, o sorriso leve, a alegria do teu sonho, os sons da tua voz e uma nostalgia que se prolonga no desenrolar do dia e a urgência de um novo ciclo.
Todos os dias olho o céu, para saber de que lua te vais vestir, na esperança de que o ciclo se volte a repetir e desta vez não vás desistir.

DC

terça-feira, 30 de setembro de 2014

A VOZ ERA A DELE...


Amanhecia e a rotina desde logo se instalava, tomava o comprimido obrigatório e um copo cheio de água que bebia na totalidade. Depois enrolava-se em posição fetal, fechava os olhos e deixava-se ficar.

Todos os dias um caminho diferente, a levava para longe daquele lugar, ficando muitas vezes sem saber, se estava a pensar, ou se era o sonho que a estava a comandar. Via-o sem rosto, sem forma física definida, só sentia o seu cheiro, o calor que a aconchegava quando perto de si se deitava, sentia a suavidade dos dedos no seu rosto, ou dos seus lábios macios percorrendo as pálpebras dos seus olhos, como uma brisa de estio. Sentia a emoção, não no cérebro, mas no corpo, na respiração, e nas batidas do coração. Era tal o encantamento, que se sentia numa espécie de nuvem de algodão doce, fofa e apetecível, que sabiamente saboreavam. A sua voz acompanhava cada carícia, quente melodiosa, humedecendo seu corpo de uma forma gostosa. Deleitava-se, numa sensação reconfortante, tão inexplicável, Dois num só em osmose perfeita, fora das coisas do mundo. Para ela, o amor, era como aquilo que sentia, ou, pelo menos, o desejo de que assim fosse, naquele nascer do dia.

Sonho ou pensamento, era tudo intangível, como tudo o que naquele espaço de tempo vivia.

O telefone tocou, era ele que ligava, acordando-a, Ela ficou sem saber, se o pensamento a atraiçoara, ou se o fora o sonho que acabara. A voz era dele, mas todo o resto era seu.

DC

quarta-feira, 23 de julho de 2014

“Solte-se o beijo!"



“Solte-se o beijo”!

Enquanto escutava, o desejo urgia dentro de mim
que ele me caísse nos lábios, assim
como um buquê de noiva lançado no espaço,
atravessando o ar me surpreendesse
com a certeza da escolha.

Solte-se o beijo

Que seja quando e como se quiser,
sem receio, sem passos cuidadosos,
sem dúvidas, ou medo do que vier,
seja longo no tempo,
ou só por instantes,
seja doce, ou molhado,
forte ou suave, não interessa,
mas que exista e seja beijo,
acima de tudo beijo.

Solte-se o beijo

Para além dos lábios, dos cabelos,
ou desvelos,
seja fogo, seja fruto vermelho,
seja barco sem amarras,
navegando no mar do teu corpo,
contra ventos e marés,
sem parança da cabeça aos pés.

Solte-se o beijo

Na partida, ou na chegada,
fraterno, de paixão, ou de amor
Beijo despedida, de noite mal começada,
ou do nascer da madrugada,
Beijo de dor, beijo alegria,
beijo sem tempo, beijo de todo o dia.
Beijo, é beijo!
É o ponto de partida, para tudo e nada,
da boca saindo sem limites, ou hora marcada.

DC

terça-feira, 10 de junho de 2014

Somos Paz Somos Bomba

 


Somos cólera somos riso
Somos fúria somos gente concreta
Somos gente com juízo
Não gente que vegeta.
Somos luz somos sombra
Somos sol somos cometa
Temos a vitória como certa.
Somos calmos somos sérios
Somos gente sem mistérios
Povo é nossa origem
Nosso rosto tem fuligem.
Somos mão de obra de estaleiro
Somos pátria somos povo primeiro
Não gostamos que nos roubem
Esses homens do “poleiro”.

Somos paz somos bomba
Somos flor somos pomba
Metamorfose cumprida

Somos povo primeiro
.

DC

sexta-feira, 30 de maio de 2014

MÃOS, Marca de Água na vida


Mãos rasgadas de sofrimento
Mãos que têm em si um lamento
Mãos que são um mapa
Mãos a que a verdade
não escapa
Mãos de dor
Mãos de alma sofrida
Mãos de amor
Mãos de gente
Mãos de quem não mente
Mãos, marca d'água da vida.

DC

quarta-feira, 26 de março de 2014

O que esse BEIJO SIGNIFICA




É tanta a saudade
do nosso beijo.

Esse beijo sinfonia
Que nossos corpos
enlouquecia,
Beijo que se prolongava
Contrariando o tempo
Que escasseava.
Nos beijávamos
A toda a hora,
Como amávamos.
Sem cansaço
Nem demora
No seio de um abraço.
Entre o beijo de partida,
e beijo da chegada,
Tu beijavas eu beijava
Beijos com calor,
ou ternura.
Beijo da nossa loucura
Beijos de nosso amor.

O que esse beijo significa...

DC

quinta-feira, 6 de março de 2014

CENSURADO


Filme transmitido na Foxmovies, na noite de 04 para 05 de Março de 2014. Ficamos com pele de galinha a ver as cenas projectadas pela violência e impunidade das tropas americanas no Iraque. Que transformam o julgamento e enforcamento de Sadam Hussain numa brincadeira de mau gosto.

Como se pode depois de ver aquelas imagens, que os EEUU, são um país democrático e governado por de gente séria?

"Brian De Palma recolheu ao longo de dois anos imagens de televisão e video publicadas nos media a americanos e internacionais e com elas confronta o público com um filme sobre as atrocidades cometidas pelo exécito norte-americano na última Guerra do Iraque. Prémio para Melhor Realizador no Festival de Veneza de 2007. " retirado da internet.


Ficha TécnicaRealização Brian De Palma Interpretação Francois Caillaud, Patrick Carroll , Rob Devaney, Argumento Brian De Palma

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O AMOR NÃO SE PENSA....


Olho teus olhos, que me observam com o seu brilho doce, Quase sinto calor nas faces como se me tocassem a pele.

O teu olhar me fala tanto, que o toque das tuas mãos quase se torna supérfluo, não fossem elas que sustem meu rosto.

Deixei-me ir no prazer do momento sentido borboletas no estômago. Os pés perderem caminho e suporte. Sinto-me pássaro solto, alegre, atravessando os ares em plena primavera.
O tempo parou, e a eternidade aconteceu quando teus lábios pousaram sobre os meus, trazendo todo um sabor prazeroso de mel e cerejas, carregado de amor.

Meu olhar tenta ir mais além da superfície do que vejo, porque sinto a necessidade de navegar dentro de ti. Tento reter-te, aconchegando teu corpo entre meus braços sem deixar que partas para lugar algum. Quero sorver-te como ar que respiro, Quero-te. Só isso, sem pensar, sentindo o amor sem me perder em conjecturas ou pensamentos para além do momento, que é este instante.



DC

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Talvez fosse bom haver apagadores de memórias

 
Sim, passeei os meus olhos pelas imagens e vi-te, estavas lá, como sempre, ainda mais presente que em todos os sonos perdidos em que te passeias na minha memória. Como é possível que a nitidez dos traços se mantenha tão marcante, e não se desfoquem com o passar do tempo? Possivelmente, pelas muitas vezes, fotografada, desenhada e pintada. Possivelmente, pelas dezenas de vezes, que a escutando desenhava seus traços na minha memória para a sentir mais perto.

E também fotografei, desenhei e pintei o mar com os seus barcos, com o seu areal e com as flores na margem, da paisagem quente, ensolarada das terras do sul, Nela a partilha de um bem querer, mais profundo, um símbolo de aproximação de espaços. Afinal uma composição, um preenchimento de espaços, com as cores da emoção, entre retrato e paisagem, fazendo o mapa da viagem. Tudo levava a crer que partiriam os dois com o mesmo destino, mas afinal só um viajou.

“A princesa, não se dignara a chegar junto do pobre pastor, e este amando partira, para não se perder.”

Talvez fosse bom haver apagadores de memórias, que nós pudéssemos usar sempre que queremos afastar o que nos magoa.

DC

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Sinto falta de um caldo quente de atenção

 



O frio, chuva e humidade pairam no ar, o vento fustiga as janelas fortemente, são três horas da madrugada de quarta-feira, A intempérie acordou-me, preocupado acorro à sala, as gotas acumulam-se no tecto e a qualquer momento a água pode entrar. Este inverno tem sido um inferno, enquanto o problema do telhado não se resolver as noites vão ser sempre assim.

A gripe tomou-me, dores de garganta, tosse, expectoração, antibiótico, e comprimidos para as dores de cabeça, tudo contribui para que se prolongue o inferno. Os pesadelos são muitos, o sono intermitente, por vezes, o acordar corresponde a dez minutos de tossiqueira, depois, novamente sono e pesadelos...

Sinto a falta de um beijo na face, dum abraço apertado, de um caldo quente de atenção, a falta o mimo que nestas alturas é tão importante como os medicamentos. O tempo passa, sentimo-nos frágeis como crianças nos seus primeiros passos.

As horas decorrem, e o dia surge e nada melhora em relação à noite, o cenário de inferno se mantém. Nos momentos de maior lucidez, me assalta à mente, a necessidade de ir à rua ver sol, ouvir os pássaros, ver, imagine-se, gente, pessoas, isso pessoas, como se estivéssemos afastados do mundo há séculos.

Os amigos escasseiam, perdidos na sua própria vida, vão-se afastando com os múltiplos afazeres, até ao dia, que se divorciam, ou tem problemas que precisam da nossa ajuda. Aí aparecem novamente chorosos, ou desgastados, pedindo um ombro onde encostar a cabeça, e um ouvido que ouça as sua lamentações que nesse momento são as mais importantes do mundo. Na verdade a amizade é um pouco isso, se fosse uma namorada ou esposa não aturávamos tanto.


Já te disse? Acho que sim, Faltas-me tu, que preenchias os meus sonhos e a minha realidade, Não estás aqui para mim, não pelo teu corpo, mas pela tua ternura, a tua voz, aquele tal abraço, o aconchego da roupa. A tua presença, no meu chá em que me lembras do comprimido a tomar. Como quando estiveste doente, e eu desesperava com medo que algo de mau acontecesse, e te mimava. Foram vinte e quatro horas de dúvidas e dores, Começou com dor, que se foi amenizado com doses de amor, carícias múltiplas, mimos e atenção sem par nos “entretantos” e depois o relaxar com o novo dia nascendo na alegria.

Hoje não será assim, ao levantar-me encontrarei o vazio, o silêncio, e não haverá remédio, que me tire os pesadelos e a inconstância que me perturba.

Nestes momentos menos bons, tudo nos ocorre e a ausência de quem amamos dói mais.

DC


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A RAZÂO DO MEU PARTIR


Sim, carregado de enigmas, eu serei, perante outros de olhos tão abertos e de linguagem, simples. Esses outros, que meio do nevoeiro das suas decisões, está sempre tudo tão claro que nem se lembram como as tomaram, e por quê.

Não sei como diria de outra forma, na verdade não esperava que a reacção fosse outra, temendo o incontrolável fugiu. Rotular os outros, é coisa que, uns e outros, nos habituamos sem ponderar até que ponto magoamos.

No dizer de Clarice Lispector: Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.

Foi por falar, ou dizer o que pensava e a forma como pensava, a razão de meu partir. Caso contrário, “por me perder eu te perderia”.

DC

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Foi assim que fui...



-->
......, cada vez mais longe perdendo as referências de ti.

Perderam-se os abraços, os beijos, as carícias, os momentos de conversa e as corridas à pressa no reencontro que a periodicidade dos dias nos permitia.

Voltaram os silêncios, as ausências, De forma incompreendida nos perdemos não sabendo bem, em que curva da vida isso aconteceu.

Hoje, olhando espelho, vejo um sombra difusa de alguém que não existe, um fantasma que se perde na bruma dos dias.

DC

“Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também... Pois amor é feito espelho: - tem que ter reflexo.”
Pablo Neruda

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

EXPECTÁVEL...


...sim, esperei que viesses quebrar meu silêncio, que trouxesses nas tuas mãos as carícias, as vontades e o conforto de amar...que me agarrasses o rosto e procurasses a minha boca, me beijasses como se fosse o princípio e não o fim, sem o medo de partir, que me afagasses o cabelo, me aclarasses os pensamentos fazendo-me acreditar ...sim sonhava com teus olhos brilhantes molhados pelas lágrimas de alegria de estarmos juntos... e percorreremos, como outras vezes, a margem do rio, de mãos dadas revivendo e amando nossas historias.

Sempre se pode esperar que se soltem no ar as nossa vontades e desejos... que mergulhemos no nós de cada um, marcando na pele dos dias, e não mais nos permitiremos destruir o que nos une, Não procurava encantadas princesas, nem rainhas, mas os teus braços envolvendo a minha cintura, disponível para uma caminhada cujo o fim só chegaria um dia em que natureza o determinasse.

Queria-te mais do que sonho, sem ideias preconcebidas, sem medo de deixar nascer.

DC

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

QUERER SAIR DO BURACO E FICAR..

 

Sem sair do calor dos lençóis, o tempo frio não ajuda, olho o sol que entra pela janela e deixo que a vida decorra perante os meus olhos. Ouço trinar dos pássaros, a agitação do vento arrastando as últimas folhas das árvores, que ficam despidas da sua habitual vestimenta e como esqueletos se desenham no ar. Os esquilos, correm no telhado em grande agitação, foram eles o meu despertador matinal, como a lembrar-me que a vida existe lá fora.

Eu continuo, encostada nas almofadas, impávida, olhando através da janela o horizonte distante, vejo um pouco do rio que se encaminha pelas margens para a foz. As árvores e a cor verde reinante transmitem paz, No entanto, nada me demove da apatia em que me encontro.

Tudo se perdera em meia dúzia de palavras, um pouco mais sentidas, Nem sempre temos a grandeza de saber esperar, de dizer sem magoar, ou ter a compreensão necessária. A impaciência, e a pressa de voltar a nossa vidinha, tiram o discernimento e capacidade de entender as preocupações e sensibilidades diferentes das nossas. Mesmo quando o gostar, ou amar, é mais emoção do que razão, nos perdemos em labirintos de dúvidas e especulamos, com medo de assumir o que se avizinha como provável. Viramos as costas a esse provável, porque tememos ceder, partilhar, dividir espaço e atenção, agarramo-nos ao que chamamos a nossa independência, quando na realidade tememos perder as nossas rotinas absurdas... deveria ter lido Voltaire antes de ter dito alguma coisa, talvez agora não estivesse impávida e sim vivendo a vida.

“As paixões são como ventanias que sopram as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens, nem aventuras, nem novas descobertas.” Voltaire
DC

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

JÁ ME PERDI...





Já me perdi madrugadas dentro
com alegria e paixão
e noutras com grande desilusão.


Já caminhei quilómetros sem fim
de mão dada e cheio de amor
e muitas outras só, e com dor.


Já sofri o desencantamento
das promessas não cumpridas
de verdades escondidas,
para não causar sofrimento.


Já perdi dias vivendo tormento
em incertezas inesperadas
e outros viajando com o vento
em lindas jornadas.


A vida corre com pensamentos
com muitos “jás”, pelo meio
e até com princípio e fim
Na realidade a vida é mesmo assim
Uns dias de gloriosos deslumbramentos
Alguns carregados de escuridão
Mas todos eles são momentos
Vividos com a realidade e a emoção.

DC