Perdi
a
silhueta
desenhada
vazia
noite
escura
Fiquei
rasgada
dentro
perdida
buscando
fim
Encontrei
paz
enfim
a
noite
sumiu
pra
mim
dc
domingo, 25 de agosto de 2013
SILHUETA
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FOTO:Imagem Internet
sábado, 24 de agosto de 2013
HÁ MUITO TEMPO....
............. que não te abraço
Há muito tempo que não sinto as tuas carícias
Há muito que te penso e não te tenho
Vivemos neste tempo ao minuto
Vivemos sempre como num reduto
Vivendo limitados ao que podemos
Sem pensar se é isso que queremos
Há quanto tempo não trocamos um beijo
Há quanto tempo não matamos o desejo
Há quanto tempo não te tenho
Há muito tempo que cansei da falta do teu abraço
de não sentir o teu beijo e o teu corpo no meu regaço
Há muito cansei de viver o que podemos
Tendo a certeza que não é isso que queremos
Vivemos há muito com o que repudiamos
Há muito tempo que nos queixamos
Há muito tempo que evitamos pensar
Vegetamos esquecendo que é tempo de lutar.
DC
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terça-feira, 20 de agosto de 2013
BLAH, blah, Blah, bLaH, BLAH
PINTURA DE MEL BOCHENER - No museu de Serralves |
Blah, blah, blah...
enche a boca o pronunciar
muito gente no seu falar
Blah, blah, blah...
põe a gente marada
fala, fala e não diz nada
Blah, blah, blah...
muita parra pouca uva
olhamos e pensamos
Blah, blah, blah...
vai dar uma curva
Blah, blah, blah...
bem fez o pintor
Blah, blah, blah...
não é consigo
com letras e cor
fez um blah, blah, blahr..
em linguagem com sentido
Blah, blah, blah...
fica aquele que não diz nada...
falando para as urtigas
que o meu blah, blah, blah...
não vai nessas cantigas.
DC
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Foto: Diamantino Carvalho
domingo, 18 de agosto de 2013
NA CABEÇA POR INTEIRO
Cada cabeça sua sentença
Cada chapéu uma presença
O chapéu na cabeça
Tapa o sol e o frio que apareça
Cobre a cabeça por inteiro
E trás marca do seu cheiro
Encobre o pensamento
O dono e seu sentimento
É paixão e bem vestir
Para um amor a surgir
Se por acaso tem uma flor...
É uma aviso de amor
DC
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sábado, 17 de agosto de 2013
O SOL ESTAVA PRESENTE
Cantarolando entre dentes, ia calcorreando o empedrado miúdo, que ia desaparecendo sob a sola das sandálias, Quase me apetecia descalçá-las, para sentir o chão na polpa dos pés, e a força dos dedos se firmando a cada passada, Poderia assim ligar-me à Terra e aproveitar o que me quisesse comunicar.
O sol estava presente em tudo, Na luz do chão que pisava, no torrar das paredes dos prédios e casas, na clareza das cores, nas plantas se exuberando, nas sombras irregulares dos muros que desenhavam perfis de uma cidade imaginária.
O sol de verão, luminoso, transmitia alegria e calor a todas as superfícies em que tocava, ajudado pela brisa suave que se deslocava de forma intermitente no ar.
Eu procurava não me perder no decurso dos pensamentos, Olhava as casas grandes semi-abandonadas, com paredes de pedra e alpendres, imaginando o que poderia fazer para as recuperar e adaptar às necessidades actuais, sem desvirtuar os princípios que as tornavam sedutoras aos meus olhos, nem eliminar as flores que se penduravam nos muros que as envolviam. E sonhava, sonhava vivê-las por dentro.
Os carros passavam longe. O ruído do trabalhar dos seus motores, surgia aos ouvidos como uma rajada de vento, que se diluía no ar. Enquanto isso, tudo observava como se fosse a primeira vez que por ali andava, Não tinha pressa de chegar ao destino, o pouco tempo que teria para realizar os objectivos à muito traçados, traziam inquietação, em contra-ponto com a necessidade de gozar aquele momento.
Quando descia uma das ruas que me aproximavam de casa, Vi-a, Trazia um carrinho de mão daqueles usados para transporte dos sacos de compras, com uma caixa de cartão, e nela pousada uma flor vermelha de Jardineira, talvez destinada ao seu grande amor, Vestida com um casaco escuro, os cabelos totalmente brancos diziam da idade, O sorriso no seu rosto marcado pelo tempo, falava serenidade e prazer de desfrutar o dia. A idade parecia ter perdido o peso, certamente voava, como eu, para outros sonhos. Fiquei feliz ao vê-la, Deu-me a certeza de que valia a pena viver a alegria do dia.
Os jardins da urbanização e os edifícios mutuamente se evidenciavam, As flores vermelhas fizeram-me parar e captar a sua imagem para dentro do cartão digital, Mais à frente novamente os girassóis, se atravessavam no meu caminho e sentia-os mais do que nunca, como o meu mundo de gente pequena. Tudo me tocava por dentro.
Algo de nostálgico e sublime se passara neste meu viajar andarilho e me fizera sentir humanamente recuperável.
A vida é muito mais do que problemas económicos, zangas, guerras, ou bens materiais, é uma saudável paz de espírito, com nós próprios.
DC
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Foto 1 e 2: Diamantino Carvalho
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O GIRAsSOL TÃO ENGRAÇADO
O girassol, dizem, assim chamado, porque a sua flor acompanha o sol na sua trajectória do nascente ao poente, Para os Incas, talvez pela sua cor amarelo dourado, o girassol era uma referência ao deus Sol, que veneravam através de representações da sua imagem, moldadas em ouro. É também uma flor que simboliza, sucesso e fertilidade.
Bem o digam as abelhas e pássaros, que os procuram atraídos pela sua cor e para se banquetearem como alimento, assim como nós. Os girassóis, com as suas sementes com sabor a noz, são um nutriente, que traz grandes de benefícios ao corpo humano, sem falar da satisfação espiritual, com que a suas cores quentes e formato, nos prodigalizam.
Outrora, os girassóis eram um sonho dourado aos olhos das crianças, eles efectivamente “procuravam o sol”, e se encantavam com as posturas que assumiam, Umas vezes altivos, outras vergados ao seu próprio peso, como nós pessoas perante o cansaço dos amores perdidos ou não encontrados.
Não será um “mal-me-quer”,ou um "bem-me-quer”, com que nós procurávamos fazer o jogo de amor, mas poderia cumprir a mesma missão, no entanto gosto mais dele como é, enriquecendo com a sua forma, dimensão, cor, luz e o espaço azul onde se recorta.
DC
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Foto:Diamantino Carvalho
terça-feira, 13 de agosto de 2013
SACRED SPIRIT...
... falam
Não entendo a sua língua, sinto somente a brisa que sopra de dentro da terra de forma mágica, respondendo ao evocar os seus espíritos.
Minhas mãos e meu corpo se agitam ao sabor dos sons que vão chegando, Um arrepio saudável acompanha o voar da águia que ao longe procura a sua presa.
Voo no desenho mental das quedas de água, de o “Último Moicano”, Na estória do soldado isolado no meio de nenhures, e esboço a sua união com os índios, num mundo livre, onde se vai aculturando o soldado do exército americano, no “Dança com Lobos”, relembro a traços largos “O soldado Azul” e o massacre dos índios, Por fim as Montanhas Rochosas cenário de muitos filmes medíocres, que nos falavam da conquista do inóspito território índio e que procuro apagar. Tudo regressa à memória, enquanto a música se entranha.
Deixo-me ir sem tentar ler as vozes, que sob a música, evocam os conteúdos distantes do meu conhecimento - Tatanka :Ly o lay Ale loya – procuro sentir essa ligação dos homens à terra, aos deuses e aos espíritos que povoam na sua linguagem.
Fecho os olhos, sinto-me dentro do Tipi, irmanado com os meus pares, partilhando o cachimbo sagrado ao redor da fogueira, nesse transe de abertura aos espíritos, que me falam de outras histórias não alcançáveis por todos os seres humanos...
DC
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