Encontra-se suspensa no espaço, não teme que a
transparência revele a sua forma e a cor dos seus pensamentos.
Melhor seria deixá-los guardados, assim não permitiria que descobrissem o seu sorriso, que por vezes acontece; as lágrimas que escorrem pelo seu rosto, por vezes abundantes nas tristezas e alegrias que a tomam; nem as declarações de amor raras, mas existentes; das tempestades e bonanças inumeravéis.
A transparência, evita o trabalho de inventar mentiras, de alimentar sonhos errados, de se passar pelo que não é, impedir os cenários que não deseja, deixar que surja na pele quem é, que o brilho dos seus olhos ou os trejeitos da boca sejam a cara do que pensa. Tem sofrimento pela vulnerabilidade em que fica, mas muito mais leve que o seria, se a opacidade fosse o seu caminho de estar no meio dos outros.
dc